Recentemente o senador norte-americano John McCain revelou ao mundo que foi diagnosticado com câncer no cérebro. Aos 80 anos, o político passou por uma cirurgia para extrair o tumor conhecido como Gliobastoma multiforme, considerado o tipo mais comum, agressivo e maligno de tumor primário cerebral.
Para o médico oncologista Thiago Jorge, do Centro Paulista de Oncologia (CPO – Grupo Oncoclínicas) os sintomas do tumor cerebral são difíceis de ser identificados e podem se manifestar desde uma cefaléia, dificuldades motoras, alterações de humor ou comportamento, alucinações, crises convulsivas e diminuição da consciência.
Existem diferentes tipos de tumor maligno, sendo que sua origem pode ser metastática – decorrente da disseminação de células cancerígenas provenientes de outros órgãos – ou iniciadas no próprio sistema nervoso central. Apesar de menos comuns, os chamados tumores primários – caso identificado em McCain – têm apresentado aumento global na incidência. Nos EUA, são em média sete mil novos casos por ano, enquanto que no Brasil chegam a quase dois mil.
Embora não haja um fator de risco determinante para este aumento, nos últimos anos muitas suposições vêm sendo levantadas para justificar o crescimento no diagnóstico. “O uso contínuo de celulares e outros dispositivos eletrônicos geram debates sobre a real relação das novas tecnologias com o aumento na incidência de tumores cerebrais. Todavia, vale ressaltar, não há qualquer estudo científico que comprove tal ligação”, explica o Dr. Thiago.
No caso específico de McCain, o tumor identificado tem crescimento rápido e afeta mais comumente pessoas entre 35 e 70 anos. Por seu alto índice de chances de reincidência, o tratamento consiste em cirurgia para retirada do tecido doente, sessões de quimioterapia e radioterapia.
“Até recentemente as opções de tratamento se resumiam a uma única forma de quimioterapia, o que garantia uma sobrevida mediana aos pacientes de 14 meses. Agora com o aumento das opções de tratamento, ampliou-se também a expectativa de vida para pacientes com tumor cerebral. Hoje, uma boa porcentagem de pacientes vive quatro a cinco anos após o diagnóstico”, explica o especialista do CPO. São opções de tratamento citadas pelo médico do Centro Paulista de Oncologia:
Radioterapia: feixes de radiação que podem destruir as células tumorais ou retardar o crescimento tumoral.
Quimioterapia: o uso de drogas medicamentosas para matar células que se dividem rapidamente. A aplicação nesse caso pode ser por via oral ou intravenosa.
Touca – um dispositivo wearable: tratamento local ou regional que produz campos elétricos no cérebro e impede que o tumor se multiplique.