Unidade de Cuidados prolongados zera casos da Covid-19 há três meses

Mesmo com vulnerabilidades características dos pacientes do local, como pessoas acima de 60 anos, não houve nenhum óbito pelo coronavírus desde o início da pandemia e os poucos idosos que contraíram a doença estão plenamente recuperados. Foi o que aconteceu no IBCC Jaçanã, unidade destinada exclusivamente para o cuidado e tratamento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) que necessitam de internação de longa permanência.

O IBCC Jaçanã que disponibiliza mais de 100 leitos ativos com ocupação de 95%, por idosos e/ou pessoas com doenças crônicas, consideradas alvos para o desenvolvimento da Covid-19 na forma mais grave, seguiu as diretrizes e treinou incessantemente os profissionais o que resultou em uma baixa taxa de contaminação. Em mais de 180 dias de quarentena, não houve óbito e dos 7 idosos que apresentaram a doença todos estão curados.

A unidade contou com o apoio intenso do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) local, instruiu todos os profissionais e realizou diversos treinamentos e rodas de conversa sobre a doença e sobre maneiras de prevenir. Outro importante resultado observado é que há mais de 90 dias, desde junho até agora, não houve mais contaminação pela doença no IBCC Jaçanã.

De acordo com mapeamento feito pelo Ministério Público Estadual, em 449 Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), localizadas na cidade de São Paulo, houve registro de 190 óbitos e 755 casos novos da Covid-19 desde o início da pandemia. A bioquímica e coordenadora da área de Qualidade e Segurança do Paciente do IBCC Oncologia, Telma de Bellis Kühn, ressalta que a Unidade segue na contramão de estabelecimentos correlatos e que prestam esse atendimento. “O objetivo da instituição sempre foi e será preservar a vida dos pacientes internados e evitar que sejam contaminados por qualquer doença e a atenção foi maior ainda por causa da gravidade da Covid-19”, diz. A assistente de diretoria do IBCC Jaçanã, Ingrid Gonçalves, destaca que as visitas foram sendo restritas de maneira gradual no Hospital e de acordo com o quadro de saúde geral de cada paciente. “Mesmo no período em que havia visita, as pessoas eram abordadas logo na entrada da unidade, todas passavam pela aferição de temperatura e sempre solicitávamos para que higienizasse as mãos nos toaletes da recepção”, ressalta. Algumas das ações adotadas pelos profissionais da unidade:

  • Trocar uniformes dentro do hospital.
  • Higienizar constantemente as mãos.
  • Revisar frequentemente a disponibilidade de álcool em gel em vários pontos para facilitar o acesso e incentivar o uso.
  • Usar máscara adequada para cada tipo de atendimento.
  • Evitar aglomerações.
  • Colocar sinalizações em pontos estratégicos.
  • Respeitar as sinalizações feitas em ambiente hospitalar.
  • Utilizar equipamento de proteção individual.
  • Apresentar vídeos demonstrativos para o correto uso de EPIs.
  • Treinar de maneira rigorosa para o correto manuseio de EPIs.
  • Ter uma comunicação clara e frequente entre os profissionais, inclusive por WhatsApp.
  • Acompanhar minuciosamente os casos suspeitos por todos os integrantes do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar.
  • Revisar fluxos de atendimento com a participação ativa dos participantes do comitê de enfrentamento da pandemia de Covid-19.
  • Praticar de forma elevada a cultura da segurança do paciente, com discussão de casos de pacientes e de avanços científicos.
  • Ter atenção rigorosa aos detalhes de cada atendimento.
  • Cultivar o incentivo mútuo de prevenção.
Redação

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