Unimed Sorocaba promove ação de conscientização para doação de órgãos

Um dos efeitos da pandemia da Covid-19 foi o aumento da fila de transplantes de órgãos no sistema de saúde do país. De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), em 2019, eram 25 mil pessoas esperando por um novo rim. Já em 2021, esse número chegou a quase 28 mil. Em julho de 2022, cerca de 59 mil pessoas estavam na fila para transplantes de órgãos no Brasil, segundo dados do Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde, a maior parte aguardando por rins e córneas.

De acordo com Dra. Milene Guilhem, nefrologista responsável pelos transplantes de rins do Centro de Transplante (Cethus) do Hospital Unimed Sorocaba (SP) – Dr. Miguel Soeiro, o número de mortes na espera por algum órgão também aumentou. “Segundo relatório da ABTO, pelo menos nove pessoas morreram por dia no primeiro trimestre deste ano enquanto aguardavam um órgão. A taxa de efetivação de doação passou de 26,2% no fim de 2021 para 24,3% no primeiro trimestre deste ano”, explica.

Um dos principais fatores da redução da doação de órgãos é a recusa da família, que por força da legislação em vigor é responsável pela decisão de doar ou não os órgãos de seu ente falecido. “Apesar das campanhas de conscientização feitas nos últimos anos, esse tema ainda é bastante polêmico e de difícil entendimento, o que resulta em um alto índice de recusa familiar. Esse fato não ocorre somente no Brasil, pois a incompreensão da morte encefálica, a forma como é feita a abordagem com as famílias e motivos religiosos são os principais fatores dessa recusa”, destaca a médica.

Diga Sim

Segundo o presidente da Unimed Sorocaba, Dr. Gustavo Ribeiro Neves, a pandemia da Covid-19 teve um impacto significativo no número de doadores de órgãos e tecidos, motivados em parte pela redução do número de leitos de UTI. “Nos últimos três anos, nossa campanha de doação de órgãos ‘Diga Sim’ vem orientando as famílias sobre esse gesto, que pode ajudar até dez pessoas que estão na fila de espera do transplante, e como proceder no caso das pessoas que querem manifestar seu desejo de ser um doador”, observa o médico.

Neves observa que o Brasil ocupa uma posição de destaque em transplantes de órgãos, sendo o segundo maior do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos em números absolutos. “O Hospital Unimed Sorocaba começou a realizar transplantes nos anos 2000 e se tornou referência na realização de transplantes de rins, córneas, fígado, coração e medula óssea, muitos deles feitos para pacientes cobertos com recursos do SUS. Contamos com um Centro de Transplante (Cethus), que possui equipes preparadas e altamente qualificadas para este tipo de cirurgia, além de uma estrutura hospitalar que é referência no estado de São Paulo”, ressalta.

O presidente da Unimed Sorocaba destaca ainda os excelentes dados de sobrevida dos pacientes transplantados no Cethus. “Registramos 100% de sobrevida após transplantes renais e 92% nos transplantes de fígado, números que são resultado da excelência em procedimentos e que posiciona nossa equipe como referência nacional.”

Recorde

Em julho deste ano, o Hospital Unimed Sorocaba – Dr. Miguel Soeiro bateu seu recorde de transplantes. Foram quatro transplantes, dois hepáticos e dois renais, em apenas 36 horas. As cirurgias foram conduzidas pelos médicos Renato Hidalgo, cirurgião especialista no aparelho digestivo, responsável pelos transplantes de fígados e pela nefrologista Milene Guilhem, que fez as cirurgias de transplante de rins.

“Ao todo, este ano, foram realizados pelo Cethus 55 transplantes de córnea, 22 de fígado, um transplante de fígado-rim, 8 de rim, 24 de medula óssea autólogo, 11 de medula óssea alogênico e 4 de ossos. Importante destacar que, na maioria das vezes, o transplante é a única esperança de vida e uma oportunidade de um recomeço para as pessoas que precisam de uma doação”, diz Dra. Milene.

Setembro Verde

Comemorado em 27 de setembro, o Dia Nacional da Doação de Órgãos foi instituído pela Lei nº 11.584/2007, visando promover a conscientização da sociedade sobre a importância da doação de órgãos. A campanha Setembro Verde visa estimular ainda que as pessoas conversem com seus familiares e amigos sobre o assunto.

“Nesse momento, mais do que nunca é necessário que as campanhas sejam intensificadas para que a população seja conscientizada e possamos ter uma curva ascendente no número de captação de órgãos e procedimentos de transplante”, conclui a nefrologista.

Redação

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