Uso da tecnologia na humanização do cuidado fecha o último dia do 11º Seminário UNIDAS

Para fechar o último dia de discussões, o 11º Seminário UNIDAS – Atenção Integral à Saúde abordou o uso da tecnologia na humanização do cuidado. O evento virtual, que começou na segunda-feira (17) e terminou na sexta-feira (21), contou com recorde de participantes – mais de 2 mil. A abertura ficou por conta do diretor de comunicação da UNIDAS – Adir Meirelles. “O papel da UNIDAS tem se fortificado neste período de pandemia. Claro que é um momento difícil para todas as autogestões, mas essa situação também proporcionou essa possibilidade de troca de conhecimento e nós temos atuado fortemente no nosso compromisso com as nossas filiadas”.

A mediação do painel e das discussões deste último dia ficou por conta da Sócia da A4Quality Healthcare, entidade acreditadora no programa de Acreditação de Operadoras, Marília Ehl Barbosa. O professor da faculdade de medicina da USP e chefe da disciplina de telemedicina, Chao Lung Wen iniciou sua apresentação falando sobre como a telemedicina é irreversível. Segundo Chao, não haverá uma vida online e sim, onlife, ou seja, uma vida híbrida, onde o físico e o digital estão interligados.

“A telemedicina não vai fazer a disruptura, mas ela vai acelerar exponencialmente. Estamos em um ponto em que podemos usar os meios tecnológicos para universalizar a saúde. A telemedicina não é uma ferramenta, é um método de investigação e cuidado integral, que usa TeleTecnologias assistenciais”. O professor também falou sobre o conceito de saúde conectada em domicílios, que fará a distribuição da saúde dentro da casa das pessoas com a mesma qualidade hospitalar.

De acordo com Chao, a Covid-19 fez uma transformação que jamais havia sido feita na história do país, com os avanços na regulamentação da telemedicina. “Precisaremos ter um padrão de acreditação para garantir a qualidade dos serviços oferecidos na telemedicina. Não basta uma videochamada para chamarmos de telemedicina”, explicou.

O professor traz a telemedicina como uma forma de fazer gestão da saúde, trazendo prevenção e promoção de saúde. “O que é melhor, eu oferecer uma vaga de UTI ou garantir que as pessoas não fiquem doentes? A telemedicina pode entregar a saúde e qualidade de vida para as pessoas”. Para Chao, a telemedicina não desumaniza o cuidado, mas sim as pessoas.

O especialista também citou casos de doenças crônicas que ficaram desassistidas neste período de pandemia, explicando que isso provocará consequências e trazendo a telemedicina como uma solução para este caso. Chao também abordou sobre a importância de considerar todos os pilares e etapas da telemedicina, que passa por teleconsulta, telemonitoramento, telediagnóstico, telelaudos e até telecirurgias. “A teleconsulta não é nem 5% de tudo que a telemedicina oferece”.

Em seguida, foi a vez de a médica de família e gerente de Atenção Ambulatorial Amil Internacional, Samantha Pereira França, agregar o debate falando sobre como preparar os profissionais para esse “novo normal”.

A gerente falou sobre alguns desafios diante da pandemia, como o atendimento à distância, a humanização, a atenção às demandas dos clientes, remuneração, treinamentos para atendimentos remotos e a preparação dos médicos. “A Amil já disponibilizava o serviço de telemedicina antes da pandemia, era uma linha premium, mas desde março deste ano estendemos este serviço para a toda a rede de produtos”, explicou. Samantha expôs alguns números do teleatendimento e reforçou a importância de aproveitar os momentos de crise para o desenvolvimento humano, “São esses momentos que proporcionam experiência emocional e crescimento”. Ela finalizou dizendo do legado do “novo normal”: “Já sinto a aceleração das mudanças em curso, catalisação de processos, como a telemedicina, mudanças nas relações humanas, conexão digital e o aparecimento de novos serviços e soluções para oferta em saúde”.

O painel foi finalizado por André Madureira, CEO da Athena Saúde ES, que falou sobre o “Desafio de prestar um bom atendimento mesmo à distância. Principais demandas dos clientes no cenário atual do Brasil – práticas de uma OPS”. O executivo comentou sobre o investimento da Athena em iniciativas digitais de maneira humanizada, por meio de uma jornada digital que envolve o que ele chama de triple A – automação, autonomia e autocuidado. Essa tecnologia, lembra ele, teve papel fundamental no acompanhamento de pacientes com doenças crônicas, respeitando a necessidade de isolamento social desse grupo.

Desde o início da pandemia, a Athenas já fez mais de 15 mil atendimentos virtuais com nível de satisfação de mais de 75%. Madureira citou o PS virtual que eles desenvolveram e a foco na humanização do atendimento à Covid-19, com objetivo principal de reduzir o sofrimento dos pacientes e das famílias, prevenindo possíveis complicações psíquicas durante o processo de luto dos familiares, e também permitindo uma aproximação dos familiares e pacientes internados por meio de vídeo-chamada, áudio, vídeo, desenhos e cartas. “Empatia foi a maior das virtudes que o grupo Athena desenvolveu neste período de pandemia”, destacou.

Para finalizar, o vice-presidente da UNIDAS, Cleudes Freitas, agradeceu a participação e dedicação de neste evento tradicional da entidade, que colecionou alguns números importantes: mais de 2 mil participantes, 1,3 mil acessos simultâneos todos os dias e mais de 1,1 mil visualizações no canal da UNIDAS no YouTube. “Esta primeira edição virtual trouxe formato inovador, encurtou distâncias e registrou alguns recordes. Tudo isso com o comprometimento de toda equipe UNIDAS e 15 profissionais dedicados no WTC. Foram mais de 10 horas de conteúdo, com 25 palestrantes e mediadores e 27 patrocinadores. Em nome de toda diretoria, nosso muito obrigado a todos vocês, participantes, patrocinadores e equipe que fez acontecer esse brilhante evento”.

Redação

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