Vera Cruz Casa de Saúde inicia ciclo de palestras sobre obesidade e cirurgia bariátrica

O Vera Cruz Casa de Saúde dá início, na primeira segunda-feira de abril (4), às 19h, ao serviço de palestras gratuitas para abordar os métodos da cirurgia bariátrica e metabólica da unidade. Os eventos, ministrados por uma equipe multiprofissional uma vez ao mês nas dependências do hospital, têm caráter educativo, a fim de orientar e preparar o paciente tanto do ponto de vista orgânico quanto psicológico. Interessados podem se inscrever, juntamente com um acompanhante, pelo formulário de inscrição.

Uma das formas de realizar o procedimento na unidade é pelo convênio com a Unimed Campinas. A parceria foi firmada em setembro do ano passado e contempla diversos procedimentos. Desde então, dez pessoas passaram pela bariátrica. Segundo o cirurgião Dr. André Canesso Pierro, criador do projeto e especialista na cirurgia, com a expansão do serviço, estima-se que a demanda aumente significativamente e beneficie cada vez mais pessoas. “Queremos que mais pessoas entendam os fatores de risco da obesidade e as indicações para a cirurgia e, para isso, montamos uma equipe completa, com todas as especialidades necessárias para dar respaldo e auxiliar o paciente. Nosso objetivo é diminuir o tempo de espera para a cirurgia bariátrica e evitar que os pacientes desenvolvam complicações das suas doenças associadas e tenham pioras no quadro”, explica.

Segundo o Conselho Federal de Medicina, a cirurgia bariátrica é indicada para obesos mórbidos e possibilita a perda de 30 a 40% do peso inicial no período de 18 meses. Após esse tempo, o organismo se estabiliza, desde que o paciente continue seguindo o acompanhamento da equipe multiprofissional. “Orientamos o procedimento para obesos mórbidos, ou seja, com o IMC acima de 40 kg/mt² há pelo menos dois anos, ou aqueles com IMC entre 35 a 40 kg/mt² associado a outras comorbidades como, por exemplo, hipertensão arterial, diabetes, esteatose, doença do refluxo, pedra na vesícula, entre outros”, detalha Pierro.

A “Cirurgia Bariátrica e Metabólica”, também conhecida como “Cirurgia da Obesidade”, ou, popularmente, “redução de estômago”, reúne técnicas com respaldo científico destinadas ao tratamento da obesidade e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal ou agravadas por ele. Segundo o especialista, “o conceito metabólico foi incorporado há cerca de dez anos pela importância que a cirurgia adquiriu no tratamento de doenças causadas, agravadas ou cujo tratamento/controle é dificultado pelo excesso de peso ou facilitado pela perda de peso, também chamadas de comorbidades”.

O médico destaca que a oferta do serviço vai de encontro a uma necessidade da população, com mais obesos e uma demanda maior. De acordo com o Ministério da Saúde, nos últimos 13 anos, o número de brasileiros obesos aumentou em 72% devido a fatores como mudança no estilo de vida, má alimentação e sedentarismo. Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) vão além e mostram que, além do quadro preocupante, o número de cirurgias bariátricas também cresceu: em 2019, foram realizadas mais de 68 mil cirurgias bariátricas, 7% a mais do que em 2018.

A obesidade é definida como uma doença multifatorial, cujas principais causas são a ingestão excessiva de alimentos, a falta de atividade física, a tendência genética, fatores hormonais e psicossociais. De acordo com um estudo da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizado em 2019, a cada cinco brasileiros, um está obeso; entre toda a população, mais da metade está acima do peso.

O médico explica que pessoas obesas estão predispostas ao aparecimento de uma série de outras condições. “Podem surgir doenças cardiovasculares; hipertensão arterial; diabetes; alterações hormonais; disfunções sexuais; problemas articulares graves, como hérnias de disco e artroses precoces de quadril e joelhos; doenças respiratórias; apneia do sono; e alguns tipos de câncer, como de útero, mama, intestino grosso, entre outros. O quadro do paciente também pode acarretar sofrimento, com maiores índices de depressão, baixa autoestima, estigmatização social, entre outros problemas”, conclui.

Redação

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