Artigo – Como avançar na democratização da saúde no Brasil

Parece não ser suficiente um país com uma população que ultrapassa os 208 milhões de pessoas, segundo a última estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), possuir pouco mais de 21 mil estabelecimentos de medicina diagnóstica. Será que todos os brasileiros conseguem ter o mesmo acesso a todos os exames laboratoriais que são necessários? A pergunta torna-se ainda mais difícil quando levamos em consideração que 90,8% desses estabelecimentos são privados e, consequentemente, podem ter altos custos.

O acesso pode ser ainda mais difícil a depender da região da qual falamos. No Nordeste, por exemplo, de acordo com a mesma estimativa, a população é de quase 57 milhões de pessoas, que estão nos 1.794 municípios. Tendo em vista que a região possui apenas 4 mil estabelecimentos que oferecem exames laboratoriais, chegamos ao questionamento: como avançar na democratização do acesso à saúde no Brasil?

Todo esse cenário compromete não só o melhor diagnóstico do médico, mas impede o tratamento adequado e a resolução das doenças já que 70% das decisões médicas levam em conta os resultados de exames laboratoriais, indicam especialistas da área da saúde. Também dificulta o acompanhamento para os pacientes de doenças crônicas, como colesterol ou diabetes, que podem ser fatores de risco de doenças cardiovasculares que são hoje a maior causa de morte no mundo. Outro grande problema é a impossibilidade de analisar a distribuição das doenças e seus fatores de risco, o que poderia contribuir para a prevenção de novos casos.

A tecnologia tem sido uma das grandes aliadas no desenvolvimento de soluções para aumentar a democratização do acesso não só aos exames, mas à saúde de forma geral em nosso país. Por meio de seu uso, está sendo possível alcançar municípios que não possuem estrutura adequada na saúde. Um desses exemplos é a solução desenvolvida pela Hi Technologies, o Hilab, um laboratório portátil capaz de fazer exames com algumas gotas de sangue com preços muito acessíveis e resultados assinados que ficam prontos em minutos. O laboratório é conectado a internet e por isso seus resultados são rápidos e entregues no celular do paciente.

Tudo isso para mostrar que acreditamos que menos pode significar mais. Com a tecnologia, queremos garantir exames essenciais para milhares de pessoas e não uma bateria gigantesca de exames desnecessários que alcançam poucas pessoas!

Marcus Figueredo é CEO da Hi Technologies, healthtech que tem como objetivo democratizar o acesso à saúde por meio de tecnologia

Redação

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