Enquanto se preparam para o início da campanha de vacinação para a gripe, as clínicas privadas de vacina demonstram preocupação com relação a baixa quantidade de doses disponibilizada pela indústria para atender a esse mercado. Segundo a Associação Brasileira das Clínicas de Vacina (ABCVAC), depois do surto no número de casos de influenza registrados no final de 2021 e no início de 2022, há uma expectativa de maior procura nas clínicas. Isso, somado ao fato de que o Ministério da Saúde excluiu as crianças com mais de cinco anos dos grupos prioritários da campanha de vacinação contra a gripe, torna possível a falta de imunizantes suficientes para atender a possível demanda que haverá no mercado.
Esse cenário leva a crer que a procura pela imunização ao longo desta campanha na rede privada seja maior. Em especial porque o vírus Influenza, causador da doença, tem uma característica sazonal: ele circula durante o ano todo, nas diversas regiões do mundo, com predomínio nos meses de outono e inverno, período que antecede a campanha.
Geraldo Barbosa, presidente da ABCVAC, explica que a preocupação com a campanha contra a gripe é maior por se tratar do carro-chefe do mercado privado de vacinação, no entanto, esse cenário de escassez de imunizantes ocorre também com outras vacinas.
“O setor privado de vacinas potencial é de 7% a 10% da população brasileira para todas as vacinas. No entanto, a indústria disponibiliza doses para atender aproximadamente 3% dessa população, deixando o mercado desassistido, em especial pela política de trabalhar a risco zero. Além disso, 90% do que é oferecido à rede privada fica concentrada em um grupo pequeno de grandes empresas”, ressalta Barbosa.
A rede privada inicia por volta da última semana de março a campanha anual de vacinação contra a Influenza. Em 2021, as clínicas foram responsáveis por aplicar cerca de 8,5 milhões de doses, ante mais de 7 milhões em 2020. Esse ano é que venham cerca de 8 milhões.
A imunização contra a gripe diminui muito a chance de contaminação e também o risco de complicações da infecção, de internações e da evolução para óbito. Na rede privada, todos a partir dos 6 meses de vida podem vacinar-se, se não tiverem contra-indicações médicas e confere uma proteção ainda maior, contendo dois subtipos de Influenza A e mais dois subtipos de Influenza B. A vacina da rede pública é a trivalente e contém dois subtipos de Influenza A e um subtipo da Influenza B.
O valor das doses varia entre R$ 120,00 e R$ 160,00 em todo o Brasil.