Maior hospital exclusivamente pediátrico do país usa método inovador em cirurgia de malformação rara

Foto: Wynitow Butenas/Hospital Pequeno Príncipe

Cirurgiões pediátricos do Hospital Pequeno Príncipe realizaram, em conjunto com integrantes do Grupo Cooperativo Multi-institucional Brasileiro, uma cirurgia de correção de extrofia de cloaca pela técnica de Kelley. A doença é uma malformação rara e grave em que os órgãos dos tratos genital, urinário e intestinal estão abertos em uma placa na parede abdominal.

A técnica de Kelley é considera inovadora por reparar o defeito sem modificar a estrutura da pelve, preservando outros órgãos do corpo humano. “Um dos diferenciais desse procedimento é fazer a mobilização dos tecidos moles da região perineal, permitindo que melhore a visualização dos órgãos e, consequentemente, as condições de incontinência urinária dos pacientes”, explica o chefe do Serviço de Urologia Pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe, Antonio Carlos Moreira Amarante.

O procedimento foi realizado em um menino de um ano e sete meses por sete cirurgiões pediátricos especializados em urologia – um deles da Colômbia – e nove residentes. Outros profissionais do país também puderam acompanhar a operação por meio de uma transmissão on-line. Além disso, simultaneamente, outra cirurgia de correção de epispadia era realizada pelo grupo em Fortaleza.

A cirurgia de alta complexidade foi realizada no dia 30 de julho e teve duração de nove horas. Desde 2019, o Hospital Pequeno Príncipe realiza essa técnica, que já beneficiou outras seis crianças. No Brasil, 40 meninas e meninos passaram pelo procedimento. “A técnica de Kelly tem como benefícios, em relação às técnicas antigamente usadas, uma exposição melhor das estruturas com visualização da interação, o que beneficia o paciente em relação à continência e funcionamento local. Outro benefício é o alongamento peniano e resultados estéticos mais satisfatórios”, finaliza a cirurgiã pediátrica Karin Schultz, do Hospital Pequeno Príncipe.

Redação

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