Projeto piloto reduz em 35% ao mês consumo de recursos hídricos em hospitais públicos

O CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” celebra o Dia Mundial da Água, lembrado em 22 de março, com resultados de um plano em gestão sustentável de recursos hídricos em hospitais públicos – que atingiu a marca de 35% de economia mensal. Entre fevereiro de 2022 e 2023, foram poupados mais de 12 mil metros cúbicos de água.

O Instituto CEJAM elegeu o ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável) de número seis (água potável e saneamento), estabelecido pela ONU (Organização das Nações Unidas), como base para estruturar abastecimento, conservação, consumo e restauração da água e, assim, investir no uso sustentável do elemento à promoção da saúde humana.

Inicialmente, o plano foi implementado no Hospital Geral de Carapicuíba e posteriormente replicado nos Hospitais Geral de Itapevi e na Santa Casa de São Roque – todos geridos pela Instituição em parceria com o poder público.

Conforme Everton Tumilheiro, especialista em Saúde Pública e supervisor de responsabilidade ambiental do Instituto CEJAM, as intervenções foram tecnológicas e humanas e sem qualquer investimento inicial dos hospitais.

“Foi estabelecido um planejamento estratégico para a redução de custo e consumo de água. Nós contamos com uma equipe técnica que atuou na medição, implantação, monitoramento, manutenção e correção de curso, maximizando o potencial de economia das estruturas”, explica.

A analista ambiental do Instituto CEJAM Raquel Quirino destaca que, mesmo com a redução do consumo, não houve qualquer impacto negativo na prestação de serviço. “A garantia da qualidade do serviço se mantém em consonância com os padrões de biossegurança e controle de infecções, conciliada com a economia dos recursos hídricos.”

As modificações estruturais foram simples e geraram grande economia, como, por exemplo, a instalação de economizadores em todos os pontos de consumo (torneiras e chuveiros), garantindo significativa redução de vazão. Outra ação empregada foi a implantação de mecanismos específicos nas descargas de vasos sanitários, especialmente na troca de sistemas de acionamento.

Um ponto complementar que potencializou a redução do consumo foi a implementação do sistema de reuso da água oriunda das instalações de prestação de serviços em hemodiálise, que era desprezada diretamente no esgoto. A água desmineralizada passou a ser armazenada em um reservatório e reutilizada no Centro Médico de Esterilização, especificamente para resfriamento de maquinário e, posteriormente, no resfriamento da central de vácuo.

“A economicidade de recursos hídricos proporciona maior resiliência ao hospital, além de impactos financeiros consideráveis que permitem maior ecoeficiência na gestão dos recursos, especialmente públicos. Ela também fortalece preceitos nobres de gestão ambiental e social, repercutindo em melhores práticas a todos os envolvidos, fomentando e incorporando a sustentabilidade”, finaliza Everton.

Redação

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