A higienização das mãos (HM) é o procedimento mais simples e eficaz para evitar a transmissão de infecções. O ato de lavar as mãos é tão importante que a Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu 5 de maio como o Dia Mundial de Higienização das Mãos. A data não foi escolhida por acaso: cinco é o dia e o mês da campanha, e também a quantidade de dedos das mãos.
A campanha de HM é mais forte dentro das Instituições de Saúde. Dados da OMS apontam que infecções relacionadas à assistência à saúde afetam milhões de pacientes.
Nos países desenvolvidos, essas infecções representam de 5% a 10% das internações em hospitais. Já nos países em desenvolvimento, o risco é de duas a 20 vezes superior e a proporção de pacientes com esse tipo de infecção pode ultrapassar 25%. “A OMS estabeleceu seis metas de segurança do paciente e a quinta meta é a prevenção de Infecção, sendo a higiene das mãos a medida mais simples e de maior impacto”, explica a médica infectologista, Dra. Marina Campelo Jabur.
Marina, que coordena o Serviço de Controle de Infecção de importantes hospitais de Sorocaba e região, interior de São Paulo, explica que apesar da campanha de HM ser mais forte dentro das Instituições de Saúde, ela deve se estender para toda a comunidade. “As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos. O ato de levar as mãos auxilia na prevenção de uma série de doenças, tais como gripes e resfriados, diarreias causadas por vírus ou bactérias, viroses em geral e doenças bacterianas”, afirma.
Água e sabão ou álcool em gel?
A médica explica que ambos são eficazes na prevenção das infecções. “O álcool gel é prático, pois permite higienizar as mãos ao deslocar de um local a outro, mas quando há sujeira visível deve-se lavar as mãos com água e sabão”, conclui.
Essa é a orientação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que indica o uso de Água e Sabão nos seguintes casos:
· Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas
· Ao iniciar o turno de trabalho.
· Após ir ao banheiro.
· Antes e depois das refeições.
· Antes de preparo de alimentos.
· Antes de preparo e manipulação de medicamentos.
Já o uso de álcool gel é indicado quando as mãos não estiverem visivelmente sujas e deve ser feito constantemente.
Conscientização e Educação
Em hospitais, unidades de saúde e clínicas, a circulação das pessoas que possuem algum tipo de infecção é constante e, consequentemente, os cuidados devem ser dobrados. A acessibilidade a pias com sabão e dispensers de álcool gel são fundamentais para o estímulo a higienização.
Embora a HM seja a medida mais importante e reconhecida há muitos anos na prevenção e controle das infecções nos serviços de saúde, colocá-la em prática ainda é um desafio.
Marina acredita que, especialmente nesses locais, o termo higienizar deve ir além do ato de lavar as mãos com água. “Higienizar é adotar práticas diárias e constantes. Infelizmente a HM ainda não é um hábito para todas as pessoas e a educação de todos, tanto dos profissionais quanto dos pacientes, é o alicerce da solução deste problema”, acredita.
Campanha da OMS traz o tema: “Está em suas mãos – previna a sepse em cuidados com a saúde”
O Dia Mundial de Higienização das Mãos (HM) foi definido no dia 5 de maio pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um “lembrete” para que as instituições de saúde reforcem a conscientização. A prática de higienizar as mãos reduz infecções e promove a segurança de pacientes, profissionais e usuários, trata-se de uma medida de proteção contra doenças de impacto individual e coletivo. Embora a técnica seja a mais importante e eficaz medida contra a disseminação de infecções e microrganismos resistentes em qualquer estabelecimento de saúde, ainda é muito negligenciada.
Pode parecer um ato simples, mas a higienização das mãos é a ação mais eficiente para o controle de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) e prevenção da transmissão de microrganismos. “Entre as medidas de segurança adotadas em um ambiente de promoção e cuidado da saúde, está a higienização das mãos, que é uma das iniciativas que garante aos pacientes e profissionais de saúde proteção contra várias doenças”, explicou Rosilene Santarone, enfermeira da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).
Rosilene enfatizou a importância da higienização correta das mãos para prevenção da sepse nos cuidados de saúde. “As mãos devem ser lavadas com água e sabonete quando estiverem visivelmente sujas, quando forem expostas a potenciais organismos formadores de esporos e depois de utilizar o banheiro. Em qualquer outra situação, a solução alcoólica é efetiva através da fricção vigorosa”, explicou a profissional.