Austa investe em cultura organizacional e conquista acreditação ONA

Meta 1

Considerado um dos maiores hospitais de São José do Rio Preto (SP), o Austa conquistou, em março último, a Acreditação ONA, da Organização Nacional de Acreditação, certificação que atesta que a instituição atende aos critérios de segurança dos pacientes e colaboradores em todas as áreas de sua atividade, incluindo aspectos estruturais e assistenciais.

Desde meados de 2004, o hospital está comprometido com as seis metas internacionais de segurança do paciente, estabelecidas pela Joint Commission International, em parceria com a OMS. Desde então, integra um movimento que vem evoluindo no Brasil, no qual as instituições de saúde adotam uma cultura organizacional por meio de planejamento, processos e protocolos, com o objetivo de oferecer melhor atendimento e serviços de excelência aos seus clientes, com total segurança.

Como consequência deste movimento, em 2013, o Austa instituiu o Núcleo de Segurança do Paciente e seu Plano de Segurança, que funcionam de acordo com diretrizes da Anvisa e do Ministério da Saúde.

Para conquistar a Acreditação ONA, os colaboradores se dedicaram nos últimos 12 meses à análise e à revisão de todos os processos dos indicadores básicos de qualidade e segurança. “Os indicadores são dados coletados rotineiramente, padronizados e que permitem a comparação dentro e/ou fora do serviço, portanto, requerem padrões bem estabelecidos de coleta e análise”, explica a enfermeira Maristela Maricato, gerente assistencial do hospital.

Os indicadores estratégicos são acompanhados pela alta direção, e os indicadores assistenciais, com foco na segurança do paciente, pela gerência de qualidade e demais gerências e coordenações. “Trabalhamos com metas estabelecidas pela Anahp – Associação Nacional de Hospitais Privados, entidade representativa dos principais hospitais privados de excelência do país”, expõe.

AcreditAUSTÃO

Como a acreditação é um sistema de avaliação e certificação da qualidade de serviços de saúde e tem caráter eminentemente educativo, voltado para a melhoria contínua, a área de Marketing do hospital criou a campanha “acreditAUSTÃO – Qualidade Certificada em Cena”, baseada nas seis metas internacionais de segurança do paciente, com o objetivo de fazer correlação com as ações realizadas pelos colaboradores na prática diária do trabalho.

Meta 2

As metas foram comparadas com seis grandes sucessos do cinema. “Exploramos amplamente o tema, incentivando o protagonismo dos colaboradores para a execução de ações seguras. Foi muito envolvente e todos puderam fazer parte da construção do novo momento da instituição, ou seja, ‘fizeram parte deste filme’”, explica Maristela.

A campanha, que utilizou displays, folders, porta-canetas e outras peças coloridas, surpreendeu ao estampar mensagens sobre a segurança do paciente em típicos cartazes que anunciam filmes. Os textos motivacionais tinham sempre relação com enredos de megassucessos, como “Esqueceram de Mim”, “007” e “Titanic”.

Durante meses, o Austa ganhou ares de um complexo de salas de cinema. “Para cada um de nossos colaboradores, a Acreditação ONA tem também o gostinho da conquista de um Oscar. Afinal, eles foram protagonistas desta grande obra cinematográfica”, afirma Luciana Rocha, gerente de Marketing do Grupo.

DESAFIOS

Maristela conta que o maior desafio é manter o hospital preparado, pois ele precisa estar pronto todos os dias para suas atividades. “É importante a cultura da segurança, qualidade, melhoria e educação continuada. Focar no desenvolvimento da força de trabalho e criar indicadores de desempenho são as principais saídas”, expõe.

Segundo ela, vários critérios foram analisados e apontados no diagnóstico para obtenção da acreditação hospitalar. Uma vasta gama de itens foi revisada, organizada em metas de segurança, direitos do paciente e dos familiares, avaliação e gerenciamento de riscos do cuidado ao paciente, educação do paciente e dos familiares, gerenciamento e uso de medicamentos, anestesia e cirurgia, capacitação dos recursos humanos, gerenciamento da comunicação e das informações (prontuário), vigilância e controle de infecção hospitalar; direção e capacitação das lideranças, gerenciamento e segurança das instalações, melhoria contínua da qualidade e segurança do paciente.

“A cultura de segurança deve ser construída de forma consistente, autêntica e transparente. Não podemos parar de evoluir e manter o equilíbrio”, afirma.

PRÓXIMOS PASSOS

Mas os desafios não terminam aí. Segundo a enfermeira Maristela, o objetivo é trabalhar durante o período de validade do certificado na manutenção da organização do serviço de saúde para manter o desempenho identificado no processo de avaliação e evoluir com consistência para o próximo nível, através de gestão e comunicação integradas.

O diretor-presidente do Austa, o médico cardiologista Mário Jabur Filho, reforça que o hospital busca, desde já, o nível ONA de Acreditado Pleno, e também o mais alto, o Acreditado com Excelência. “Estamos convictos de que conquistaremos todos os níveis de acreditação, pois faz parte da cultura do Austa aprimorar continuadamente os serviços e protocolos assistenciais, oferecendo atendimento de qualidade aos pacientes”, ressalta.

DICAS

Para aqueles hospitais que estão em busca de certificações, Maristela diz que receber a Acreditação ONA em qualquer de seus três níveis implica iniciar um processo de mudança de cultura em longo prazo. Este passo se dará por meio de:

Realização de um diagnóstico organizacional: trata-se de uma atividade facultativa à organização, realizada previamente pelas entidades avaliadoras credenciadas pela ONA, independentemente do processo de análise para obtenção do selo de qualidade. Consiste basicamente na elaboração de um raio X da situação da empresa e das lacunas de eficiência que precisam ser preenchidas para a futura conquista da acreditação.

Meta 4

Capacitação permanente e respeito à segurança: as normas de saúde e segurança devem ser seguidas à risca. Da mesma forma, deve-se direcionar recursos para a realização de programas contínuos de capacitação, tanto do ponto de vista clínico quanto no que se refere a questões administrativas, como atendimento ao paciente, abordagem humanizada e assim por diante.

Adoção de um sistema de gestão em saúde: sempre buscar a melhoria permanente em seu sistema de gestão e assistência, com a integração harmônica das áreas médica, tecnológica, administrativa, econômica, assistencial, e, se for o caso, de pesquisa e desenvolvimento.

As seis metas internacionais de segurança do paciente:

1 – Identificar corretamente o paciente

2 – Melhorar a comunicação entre os profissionais de saúde

3 – Melhorar a segurança na prescrição, no uso e na administração dos medicamentos

4 – Assegurar cirurgias em local de intervenção, procedimento e paciente corretos

5 – Higienizar as mãos para evitar infecções

6 – Reduzir o risco de quedas e úlceras por pressão

Preocupação mundial

A segurança do paciente é uma séria preocupação global de saúde pública, de acordo com a OMS. Como comparação, há uma chance em 1 milhão de uma pessoa sofrer algum dando enquanto viaja de avião, e 1 em 300 de um paciente ser prejudicado durante os cuidados de saúde. Indústrias de maior risco, como de aviação e nuclear, registram um nível de segurança muito melhor do que os serviços de saúde.

Estudos mostram que anualmente morrem 42,7 milhões de pessoas em razão de eventos adversos no mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, com população aproximada de 325 milhões de pessoas, são registradas 400.000 mortes por eventos adversos ao ano, 1.096 por dia, ou 16% menos que nos hospitais brasileiros. A diferença para o Brasil diz respeito às mortes hospitalares, que são a terceira do ranking americano, atrás de doentes cardíacos e de câncer.

Segundo o Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, do IESS – Instituto de Estudos de Saúde Suplementar, produzido pela UFMG – Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, falhas banais como erros de dosagem ou de medicamento, uso incorreto de equipamentos e infecção hospitalar mataram 302.610 pessoas nos hospitais públicos e privados brasileiros em 2016. Foram, em média, 829 mortes por dia, uma a cada minuto e meio. Dentro das instituições de saúde, as chamadas mortes por “eventos adversos” ficam atrás daquelas provocadas por problemas no coração.

Matéria sobre o assunto, publicada pela Agência Brasil, (Portal EBC), mostra que o número diário supera as 129 pessoas que morrem em decorrência de acidentes de trânsito no país, 164 mortes provocadas pela violência e cerca de 500 registros de mortos por câncer, e fica atrás das 950 vítimas de doenças cardiovasculares.

Além das mortes, os eventos adversos impactam cerca de 1,4 milhão de pacientes todo ano com sequelas que comprometem as atividades rotineiras e provocam sofrimento psíquico. Esses efeitos também elevam os custos da atividade assistencial. O anuário estima que os eventos adversos resultaram em gastos adicionais de R$ 10,9 bilhões em 2016.

Matéria originalmente publicada na Revista Hospitais Brasil edição 91, de maio/junho de 2018. Para vê-la no original, acesse: portalhospitaisbrasil.com.br/edicao-91-revista-hospitais-brasil

Redação

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