O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que os enfermeiros são essenciais para a reorganização da saúde básica no Brasil, reforçando que o funcionamento dos cuidados primários é fundamental para o bom desempenho do Sistema Único de Saúde (SUS). “O pulmão da saúde primária brasileira é a enfermagem. Quem carrega esse piano é a enfermagem”, declarou.
A declaração foi feita no lançamento da campanha global Nursing Now, na tarde desta quarta-feira (24), no auditório da Fiocruz em Brasília (DF). Presente em mais de 30 países e no Reino Unido, a iniciativa é da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Conselho Internacional de Enfermeiros (CIE), com o objetivo de promover a valorização dos profissionais da área.
O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e o Centro Colaborador da OPAS/OMS para o desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem são os responsáveis pela implementação do programa no Brasil.
De acordo com a coordenadora da campanha no país, Isabel Amélia Costa Mendes, mais de 60% dos profissionais de saúde pertencem à categoria: o total de enfermeiros no mercado de trabalho passa de 2 milhões. Embora eles sejam fundamentais para a engrenagem da saúde, segundo Isabel, que tem 50 anos de profissão, falta valorização.
Com o objetivo de buscar melhores condições de atuação, a Nursing Now pretende melhorar o atendimento aos usuários do SUS. “Serão mais bem recebidos, mais bem cuidados. Isso vai refletir diretamente na população, na pessoa que é assistida. É assim que a gente espera”, explicou a coordenadora nacional da iniciativa.
Prioridade da gestão – Como tem feito em seus discursos pelo país, o ministro – que é médico ortopedista – destacou: a prioridade de governo é investir na atenção básica, a área mais complexa do SUS, em sua avaliação. Para alcançar essa meta, o titular da Saúde conclamou os enfermeiros presentes no evento – como sua irmã, Miriam Mandetta – a colaborarem.
“Nosso sistema é um sistema generoso. Nós fomos desafiados pelos constituintes a construir um sistema universal, integral, equânime e escrevemos na nossa Constituição que seria direito de todos e dever do Estado. Ou nós fazemos uma boa atenção primária, bem organizada, ou não teremos recursos para fazer aquilo para o qual fomos desafiados”, afirmou.
Contra o ensino a distância – Luiz Henrique Mandetta se posicionou, de forma incisiva, contra o ensino a distância na área de enfermagem. “Eu espero poder influenciar esse debate que está sendo travado na Câmara e tem contrapontos, forças, muitos fortes. E isso tem que nos unir”, ressaltou. “Não se pega pulso a distância”, acrescentou o ministro.
Quando era deputado federal, Mandetta protagonizou o debate sobre o tema na Câmara e foi relator de um projeto de lei contra a flexibilização do ensino a distância.
Fonte: Metrópoles