Encontro apresenta resultados da tecnologia aplicada à saúde

Foto: Leonardo Lenskij

Aplicativos, softwares e objetos conectados à internet são algumas das ferramentas digitais que já fazem parte do cotidiano da população. Agora, essas tecnologias também estão sendo incorporadas por instituições de saúde para agregar e qualificar o atendimento médico. Para debater e apontar tendências sobre a transformação do setor, em especial nas áreas de oncologia e neurologia, o Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), reuniu o corpo clínico e colaboradores para um Grand Round sobre o tema.

Realizado nesta terça-feira (24), o encontro teve como painelistas o Coordenador de Telemedicina da instituição, Felipe Cezar Cabral, e os médicos Pedro Schestatsky e Alessandra Morelle. “O Moinhos de Vento, nos últimos anos, vem investindo na inovação como forma de qualificar o nosso atendimento e disseminar nossa excelência”, destacou Cabral na abertura do evento.

O coordenador expôs cases bem-sucedidos do uso da telemedicina em iniciativas capitaneadas pelo hospital, dentro da parceria com o Ministério da Saúde através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS). O projeto TeleUTIP, por exemplo, qualificou a assistência pediátrica em diversas cidades do Brasil, avaliando de forma remota pacientes internados no Ceará, Tocantins e Rio de Janeiro. “Reduzimos a mortalidade de 21% para 9,8% em algumas unidades. Quando fazemos a transformação digital, aliamos a qualidade do profissional com a tecnologia e ampliamos o acesso à saúde”, ressaltou.

Aplicativo para pacientes oncológicos

Médica oncologista e empreendedora, Alessandra Morelle desenvolveu um aplicativo de acompanhamento oncológico. Com linguagem acessível e interface amigável, o software Tummi permite ao paciente o registro de sintomas, monitoramento de medicamentos e agendamento de compromissos. Aos médicos, fornece um relatório completo, com o resumo do comportamento.

Para Alessandra, os aplicativos de monitoramento possibilitam um poder de reação maior aos profissionais da saúde a partir de uma espécie de “prontuário clínico online”. “Para a equipe da saúde, há um monitoramento ativo e constante. O paciente, por sua vez, fica menos ansioso e se sente mais seguro”, esclareceu. O sistema é utilizado pelo corpo clínico, o que agiliza e facilita o atendimento.

A oncologista destacou ainda a importância da coleta de informações para o avanço do atendimento na área. “Precisamos, de alguma maneira, encontrar dados melhores para qualificar o atendimento e reduzir os riscos do tratamento. Hoje, apenas 3% dos pacientes em terapia oncológica, nos Estados Unidos, participam de estudos. É um número muito baixo”, frisou.

Tecnologia em favor da vida

Monitorar sono, atividade cardíaca e gestação, além de contar os passos e controlar a glicose, são algumas das atividades realizadas por aplicativos disponíveis à população. De acordo com Pedro Schestatsky, há mais de 40 mil apps, além de dezenas de wearables, que permitem ao usuário acompanhar diariamente sua saúde. “Passamos da medicina tradicional para a medicina tecnológica”, apontou.

O oncologista traçou uma linha da evolução da tecnologia, de 1974 até os dias de hoje – passando pelas fases da digitalização, decepção, disrupção, desmonetização, desmaterialização e democratização. “Estes são os 6Ds da tecnologia exponencial”, explicou. Novas ferramentas mais acessíveis e fáceis de usar, segundo ele, estão tornando o paciente um ser proativo, e não mais reativo.

Schestatsky lembrou que para fazer a análise de um genoma humano, nos anos 90, o custo equivalia a US$ 2,7 bilhões. Hoje é possível fazer esse estudo por aproximadamente US$ 1,5 mil. “Da mesma maneira que as tecnologias estão aumentando exponencialmente, os preços estão diminuindo. Daí a disrupção e a democratização”, concluiu o oncologista.

Redação

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