O selo Planetree tem como premissas tornar o paciente mais atuante no próprio tratamento e possibilitar à família acesso às informações para que possa participar ativamente das decisões desse cuidado. O objetivo é melhorar o atendimento de saúde a partir da perspectiva do paciente, ter uma visão holística da pessoa tratada com enfoque no corpo, na mente e no espírito e com isso contribuir e ver a oportunidade de cura aumentar.
A responsável por idealizar o Planetree no IBCC Oncologia, Suzana Mosquim, diretora de práticas assistenciais, esclarece que nos próximos 24 meses, aproximadamente 200 pessoas de todas as áreas, médicos e pacientes (detratores e promotores) da instituição irão se reunir para atuar, levantar dados, avaliar informações, identificar oportunidades, sugerir melhorias e fazer cumprir as ações que compreendem as 10 especificações para a conquista da certificação. Também foi montado um comitê para acompanhar a implantação do projeto com a participação de 17 pessoas, tendo como coordenadora, Thais Marchione Gomes, enfermeira da área de Qualidade.
Instituído em 1978, o Programa de Designação Planetree foi criado pela Planetree (Patient Centered Care) Internacional organização não governamental norte-americana que certifica aquelas instituições de saúde que atuam seguindo 10 designações de atendimento humanizado com base no cuidado centrado na pessoa. Trata-se de abordagem centrada na saúde do paciente e que promove parceria com os usuários de serviços de saúde e seus familiares a fim de identificar e satisfazer de modo completo as necessidades e preferências dos pacientes.
As 10 especificações são:
– Interação humana: É preciso criar um ambiente de cura para os pacientes, familiares e membros da equipe. Incluindo atendimento personalizado para os pacientes e seus familiares.
– Apoio da família, amigos e grupo social: Recomenda-se envolvimento da família e dos amigos, oferecendo horário livre de visitas, mesmo na UTI, e oferecer a opção de a família presenciar procedimentos invasivos e de ressuscitação. A terapia com animais de estimação pode melhorar o humor, elevar a pressão arterial e a interação social.
– Acesso a informações como forma de aumentar a participação dos pacientes: Uma política de prontuário aberto incentiva os pacientes a lerem prontuários e assim participarem do cuidado prestado.
– Alimentação e nutrição: Nutrição é parte do processo de cura, não só essencial para uma boa saúde. Os centros de saúde se tornam modelos de uma alimentação saudável.
– Artes e diversão: Nutrição para a alma – música, contadores de histórias, palhaços e filmes engraçados criam atmosfera de serenidade e diversão no modelo Planetree. Obras artísticas nos quartos dos pacientes, áreas de tratamento e carrinhos criam a ambientação correta.
– Ambientes de cura através da arquitetura: Cada ambiente deve ser parecido com uma casa e não com uma instituição, com valorização do elemento humano e não só tecnologia. Ao remover essas barreiras arquitetônicas, o design favorece o envolvimento dos pacientes e da família.
– Terapias complementares: Aromaterapia, acupuntura e reiki são exemplos de opções que podem ser oferecidas além das modalidades clínicas de tratamento.
– Toque humano: O toque reduz ansiedade, a dor e o stress e beneficia os pacientes, seus familiares e a equipe.
– Espiritualidade – a importância dos recursos internos: A espiritualidade tem papel especial na cura da pessoa como um todo. Dar suporte às famílias e à equipe na correlação com seus próprios recursos internos melhora o ambiente da cura.
– Comunidades saudáveis – Como expandir as fronteiras dos serviços de saúde: O trabalhar com escolas, centros de terceira idade, igrejas e outros parceiros, os hospitais estão redefinindo a saúde para incluir a saúde e o bem-estar da comunidade como um todo.
Ainda que tenha sido criada há mais de 40 anos, só existem 23 hospitais no mundo que conseguem contemplar as 10 especificações para a certificação.