A Rede Mater Dei, de Belo Horizonte (MG), foi habilitada pelo Ministério da Saúde para a realização de transplante de tecidos musculoesqueléticos e pele. As licenças, para cada procedimento, publicadas em setembro de 2020, permitem que a Rede receba e realize o transplante de tecidos de Bancos externos e que também retenha tecidos, o que pode viabilizar a criação do primeiro banco de tecidos em Minas Gerais. Hoje só existem banco de tecidos no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.
Para o diretor-médico da Rede, Felipe Salvador Ligório, o grande diferencial do Mater Dei com o procedimento é possuir um serviço que se preocupa com os pacientes, mostrando claramente o compromisso da equipe com os resultados das intervenções. “Vários membros da equipe já estão capacitados para realizar o procedimento de transplante. A equipe faz constantemente uma revisão de como está o andamento das cirurgias, se os pacientes estão se recuperando, se estão satisfeitos. Estamos comprometidos com a mensuração destes resultados e, com isso, procurando acertar cada vez mais”.
Para a realização deste tipo de transplante, são utilizados enxertos de doadores de múltiplos órgãos, controlados por um rigoroso processo de segurança e avaliação em banco de tecidos. O risco de rejeição, neste caso, é pequeno, uma vez que os tecidos são acelulares e não há necessidade de uso de medicamentos contínuos, como no transplante de órgãos.
De acordo com Roberto Zambelli, coordenador do Serviço de Ortopedia e do Centro de Feridas da Rede Mater Dei de Saúde, “a habilitação da Rede, neste tipo de transplante, é um imenso ganho para a medicina mineira, pois aumenta o leque de opções para o tratamento de lesões complexas e amplia o tratamento para os pacientes que precisam de procedimentos deste nível de complexidade de urgência”.
Segundo Gustavo Rocha, especialista em Cirurgia de Joelho e Transplante de Tecidos, “já realizamos três transplantes na Rede Mater Dei e faremos o quarto transplante na próxima semana, todos foram realizados com sucesso absoluto. Buscamos credenciar as três unidades da rede e pretendemos criar um centro de treinamento em transplantes para que possamos beneficiar um maior número de pessoas e difundir as técnicas de transplantes de tecidos entre os profissionais médicos. Com o transplante de tecidos, será possível tratar pacientes com necessidade de revisão de próteses, lesões de vários ligamentos, tumores ósseos, lesões de cartilagem e queimaduras”.