Clínicas certificadas se consolidam como alternativa para não adiar cirurgias plásticas durante a pandemia

Com os hospitais dedicados ao combate da pandemia, as clínicas devidamente certificadas pela Anvisa se tornaram a alternativa para não adiar cirurgias plásticas de pequeno e médio porte. Embora muita gente pense logo em melhorias estéticas – e estes ainda sejam a maioria dos procedimentos realizados – quase 40% das cirurgias deste tipo realizadas no Brasil são reparadoras e reconstrutoras, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Ou seja, colaboram diretamente para a saúde e bem-estar do paciente, além de evitar riscos importantes: 41% das intervenções são feitas para eliminar tumores na pele.

“Quando alguém fala que cirurgia plástica é luxo ou futilidade, a gente tem que lembrar que a origem dessa especialidade nunca foi puramente estética, e sim reconstrutiva”, destaca o cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Leandro Faustino. “Ela nasceu de grandes desafios, principalmente em períodos após grandes guerras, quando era necessário encontrar soluções para o tratamento de queimaduras sérias, perda de membros, reconstituição de fraturas ósseas, e tudo isso é igualmente muito realizado hoje, só não é uma área que tem muita visibilidade”, diz. “Outro ponto essencial é que, mesmo nas intervenções estéticas, há sempre questões psicológicas importantes envolvidas, como o resgate da autorreferência, da autoestima, de se sentir bem consigo mesmo, tudo isso é fundamental para a qualidade de vida de uma pessoa, não tem como não ser relevante”.

Faustino ressalta que, para um cirurgião, não existe essa dicotomia entre estética e reconstrução, ambas caminham juntas a favor do melhor resultado para os pacientes. “Por exemplo, se você vai operar uma queimadura para resgatar uma funcionalidade, removendo uma cicatriz que impedia a pessoa de mover adequadamente o pescoço, você também vai querer que a cicatriz fique da melhor forma possível, com a melhor aparência”, avalia. “Na hora de fazer uma cirurgia de reconstrução de mama após a retirada de um câncer, tudo o que sei sobre próteses de silicone aprendi na cirurgia estética, mas estou ali utilizando em um procedimento reconstrutivo, não cabe essa divisão”.

Para o especialista, esse movimento em direção às clínicas, acelerado pela pandemia, é uma tendência que deve se manter a longo prazo. “No Brasil, temos a cultura centrada no atendimento médico em hospitais, que muita gente procura para todo tipo de tratamento ou intervenção, mas essa deveria ser uma opção apenas para grandes cirurgias ou casos graves”, ressalta Faustino. “As clínicas devidamente certificadas pela Anvisa possuem toda a condição de atender adequadamente às demandas de cirurgias plásticas de pequeno e médio porte”.

O cirurgião esclarece que existem quatro tipos de certificação que a clínica pode receber. “Na classe 1, a mais básica de todo estabelecimento deste tipo e onde se encaixa a grande maioria, podem ser feitos procedimentos com anestesia local, tanto estéticos como construtivos, como retirada de pintas, de câncer de pele, cirurgias de orelha de abano, cirurgia de pálpebras, implantes capilares e correção de cicatriz”, enumera Faustino. “Na classe 2, é autorizada a sedação, com o acréscimo de cirurgias como uma lipoaspiração pequena”, indica. “Já as classes 3 e 4 habilitam sedação e procedimentos de médio porte, mas o que é comum a todas é a necessidade de ter todo um aparato para o controle de uma emergência, como uma parada cardiorrespiratória, um choque anafilático ou reação alérgica a qualquer medicamento, além de garantir uma rota de evacuação rápida de pacientes graves para o hospital de alta complexidade mais próximo”.

Faustino lembra que, independente dos protocolos de segurança exigidos pela Anvisa, enquanto a vacinação contra a Covid-19 não se dá em larga escala, continuam válidos também os protocolos específicos de prevenção ao Coronavírus. “Além do uso regular de máscaras e álcool gel, espaçamos um pouco mais as consultas e procedimentos para evitar qualquer risco de aglomeração, alertando sempre os pacientes a não comparecer em caso de qualquer sintoma”, conclui.

Redação

Redação

2 thoughts on “Clínicas certificadas se consolidam como alternativa para não adiar cirurgias plásticas durante a pandemia

  1. Como Fasso pra fazer cirurgia prastica gratuita do na fila de espera tenho nesesidadas especial tenho uma doença e tenho medo de morrer sem ter feito alguma coisa por mim me ajudem se puder

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