Há dois anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia, Tedros Adhanoms disse, na época, que caberia a cada país mudar o curso dessa pandemia e alertava para a necessidade de resposta robusta. O novo Coronavírus, matou pessoas, superlotou hospitais, quebrou a economia, paralisou a indústria, impediu aviões de levantar voo, fechou escolas. Doença que ainda continua misteriosa em muitos aspectos. Ainda hoje não há um consenso no mundo sobre qual evento sinalizaria o fim da crise sanitária do Covid-19 e agora o Ômicron e quando essa pandemia acabará por completo e como e quando sairemos dessa.
Todos os dias as mídias globais nos comunicam sobre o Sars-Cov-2, sem conclusões as claras, tudo que está ocorrendo não tem conclusões definitivas ou um indicador conclusivo ou clássico de pesquisadores em todo mundo que possibilite uma identificação assertiva do desfecho dessa pandemia. Ninguém sabe ainda qual o melhor instrumento de aferição da circulação do vírus, não há certeza se estamos perto do fim ou da próxima variante. Tão pouco sabemos se alguma informação conclusiva virá da OMS ou de cada país, ou região ou mesmo de cada cidade.
Não temos literaturas históricas e nem medicas que datam como é o fim de uma pandemia, só sabemos que estudiosos entendem que a gripe espanhola assolou o mundo entre 1918 e 1919 em três ondas. No entanto, há referências abundantes documentando que ela se estendeu de 1918 a 1920, incluindo uma quarta onda. Outro caso é a pandemia de gripe asiática, que teria ocorrido em duas ondas entre 1957 e 1958. Mas não são poucos os que englobam uma terceira onda, em 1959.
Não sou especialista, mas acreditamos que essa pandemia quando for divulgado o fim, não terá sido erradicado o vírus enquanto não houver um melhor controle do Sars-Cov2 e métricas como os níveis de hospitalização ou testes positivos em todo os países do mundo.
Na qualidade de engenheiro posso afirmar, só com a tecnologia certa poderemos ajudar a lidar com esse vírus e trazer segurança aos pacientes, reduzir custos da assistência medica e hospitalar. No Brasil o sistema de saúde vive em constante pressão por maior eficiência e melhor controle de custos.
Apesar de algumas barreiras já terem sido superadas nesses últimos anos, ainda existem muitos desafios a serem atingidos, o principal deles é à falta de tecnologia dentro do ambiente hospitalar, até para melhorar a disponibilidade da informação para médicos, time de enfermagem, farmacêuticos. Um grande problema por falta de tecnologia da informação são os erros de medicação uma das principais causas de lesões e danos evitáveis nos sistemas de saúde, outro grande problema é que ainda nos dias de hoje os serviços de lavanderia hospitalar são utilizados, isso só vem aumentar o risco biológico cruzado de forma a reduzir a segurança dos paciente, médicos e enfermeiros. Lavar roupa infectada é uma atividade altamente insalubre ao homem e ao meio ambiente.
No Brasil pesquisas recentes do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar da Universidade Federal de Minas Gerais, foram estimados, R$ 10 bilhões consumidos pelos eventos adversos no ano de 2017, somente na saúde suplementar.
É nesse cenário que a tecnologia deve se apresentar como uma forte aliada dos serviços de saúde. Não é mais possível imaginar uma instituição de saúde segura sem recursos de suporte à decisão clínica e nos dias de hoje, utilizar os serviços de lavanderia hospitalar, serviço que está diretamente relacionado à infecção hospitalar e na qualidade da segurança assistencial prestada ao paciente.
O setor da Saúde vem acumulando há alguns anos uma série de novas causas de mortalidade hospitalar e que continua afetando o mundo em termos de vidas perdidas, são o Clostridium difficile e outras 6 importantes bactérias. O bacilo Clostridium é uma das que mais preocupam autoridades de saúde por sua taxa de mortalidade e pela dificuldade em eliminar os esporos na lavagem das roupas.
O próprio manual da Anvisa afirma que as roupas hospitalares não são estéreis e o processamento da roupa não resulta em eliminação total dos micro-organismos. Mais que sabidamente levantamentos comprovam a existência de patógenos na roupa hospitalar limpa e afirmam que os processos usados para lavar a roupa hospitalar não são capazes de eliminar totalmente os esporos do Clostridium o que as tornam uma potencial fonte de propagação quando a mão toca o tecido. Não resta dúvida que lavar roupa infectada, não é futuro para a saúde humana.
Carlos Alberto Telles é Engenheiro de Segurança do Trabalho
Fonte: Portal BS9