Artigo – Alta performance e a demanda por inteligência emocional

Manter um hospital em funcionamento é uma tarefa bastante complexa. Fazer com que esse hospital seja referência em segurança e qualidade assistencial e destacá-lo no mercado como um ótimo lugar para se trabalhar é uma missão ainda maior, feita de desafios quase diários e muita capacidade de adaptação. Para conseguir alcançar esse patamar e administrar de maneira satisfatória os indicadores assistenciais, de recursos humanos, satisfação e também financeiros, é primordial poder contar com uma equipe de alta performance e, sobretudo, autogerenciável.

Para compor um time como esse, procuramos profissionais com visão sistêmica. Deter o conhecimento técnico e prático adequado à área de atuação já não é mais suficiente. Como CEO do Hospital Santa Cruz, procuro ter uma equipe que saiba trabalhar com resiliência e de forma integrada, que consiga enfrentar desafios e se reinventar constantemente e que, acima de tudo, seja formada por líderes com inteligência emocional. A maturidade comportamental é, hoje, o principal diferencial no universo corporativo e vem se mostrando qualidade fundamental para uma entrega diferenciada em um mundo que nos demanda, cada vez mais, intensidade de trabalho e capacidade de transformação.

No momento da contratação, no entanto, não conseguimos mensurar ou vivenciar de fato se o candidato tem essa postura emocional sólida. Por isso, investimos constantemente em desenvolvimento comportamental. Mas essa não é uma responsabilidade só de quem contrata. É extremamente importante que o próprio profissional procure identificar seus gaps e busque se aperfeiçoar. Somente assim, atuando em conjunto, conseguimos construir um time que trabalha de forma coesa e colaborativa, que toma decisões mais assertivas e se comunica de forma mais eficaz.

Destaco esse ponto porque acredito que o conceito de alta performance está muito ligado a integração. O apoio, principalmente em momentos difíceis, e a identificação de descompassos e pontos críticos não pode partir somente da alta direção, embora seja uma de suas principais responsabilidades. É preciso promover unidade de entendimento para procurar soluções e alternativas que levem a organização a alcançar as metas propostas em todas as áreas. Em times auto gerenciáveis e de alta competência, todos são responsáveis pelo desempenho final, tanto o individual quanto o coletivo.

Para reforçar a importância dessa soma de esforços, procuramos estabelecer metas globais e somente depois desmembrá-las, destacando o papel de cada área dentro do planejamento estratégico. A satisfação do paciente, por exemplo, não depende só do corpo médico e da enfermagem, mas também da recepção, da segurança e de uma comunicação atuante. Ou seja, todas as áreas, mesmo que de forma indireta, influenciam a opinião do cliente sobre nossos serviços. Com essa dinâmica de trabalho, fazemos com que todos os esforços convirjam no mesmo sentido e sejam empregados com o mesmo objetivo.

Mas o desempenho de uma equipe de alta performance também depende da adoção de métricas consistentes. Sem dados e informações sólidas, fica impossível medir, acompanhar e alcançar resultados diferentes no mercado da saúde. Por isso, sempre reforço que somente com o emprego equilibrado desse binômio profissional – profissionais mais assertivos e efetivos em suas ações e indicadores claros –, consigo exercer meu papel de forma mais estratégica, focado em direcionar o caminho, encontrar alternativas e contribuir com decisões eficazes para o crescimento sustentável dos negócios. É a confiança que tenho na capacidade de nosso time que nos mantêm na vanguarda do mercado hospitalar.

Claudio Enrique Lubascher é especialista em gestão de negócios com sólida atuação no setor de saúde, diretor geral do Hospital Santa Cruz, de Curitiba (PR), e também presidente do Capítulo Paraná do Colégio Brasileiro de Executivos de Saúde (CBEXs), do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF PR) e vice-presidente do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná (Sindipar)

Redação

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