Artigo – Nada substitui o sangue e a solidariedade humana

Além da celebração das festas juninas, o período do inverno também é mercado pelas campanhas nacionais para conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue em todo o país. A escolha da época, que coincide com o início da nova estação, é intencional, pois a queda nas temperaturas acaba afastando parte dos doadores.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), de 4 a 5% da população deve ser doadora para que não faltem bolsas de sangue nos bancos e a média de doadores entre os brasileiros é de apenas 1,8%, de acordo com o Ministério da Saúde. Estamos abaixo do ideal com tendência a piora durante os meses mais frios.

O sangue humano é insubstituível e não consegue ser reproduzido em laboratório. Também não há nenhum material orgânico semelhante aos seus componentes que possa ser utilizado em seu lugar, tornando a doação voluntária a única forma de manter o estoque de bolsas sanguíneas. A disponibilidade de sangue para transfusão é crucial para a sobrevivência de pacientes em situações de risco, como cirurgias, emergências médicas e acidentes graves com traumas, além do tratamento de algumas condições médicas.

Após enfrentar sérias dificuldades nos últimos dois anos, o Banco de Sangue do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) busca manter seu estoque com a campanha “Não pule a fogueira, nem a doação de sangue”. Nosso objetivo é buscar doadores para garantir a autossuficiência do nosso hemocentro durante todo o ano.

Doadores de todos os tipos sanguíneos são mais do que bem-vindos, mas o Rh negativo ainda está crítico e precisa de atenção no HSPE. Os centros de coleta de todo o Brasil também precisam de doadores e os níveis de estoque dos tipos sanguíneos variam entre os locais. Considere se tornar doador e converse com seus familiares e amigos sobre essa possibilidade, pois cada doação de aproximadamente 450 ml de sangue salva até quatro vidas e não faz mal à saúde.

Falando nisso, é fundamental combatermos as fake news sobre o tema, como a de que o sangue engrossa após a primeira doação, forçando a doação frequente e compulsória – isso não é verdade. Todos podem doar sangue desde que tenham idade entre 16 e 69 anos, independentemente da orientação sexual, desde que estejam dentro dos critérios necessários. Também é importante reafirmar a segurança e confiabilidade dos centros de coleta, que utilizam apenas materiais descartáveis e de uso único.

Somos um povo solidário e que tem o altruísmo como parte da cultura. Ajudar quem precisa é uma característica importante e presente em cada um de nós. Procure o posto de coleta mais próximo e ajude a salvar vidas com a sua doação de sangue.

Fábio Lino é diretor do Serviço de Hemoterapia do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), parte do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE)

Redação

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