Artigo – Avanço das healthtechs e novo momento para evolução do mercado de saúde

Um dos maiores mercados de saúde privado da América Latina, além de estar entre os maiores do mundo, o Brasil também é um dos territórios mais promissores para o desenvolvimento das healthtechs. De acordo com pesquisa realizada pela Liga Ventures em parceria com a PwC Brasil, entre 2019 e 2022, o número de healthtechs cresceu quase 16%  no país. E seguindo um ritmo contínuo de crescimento, ainda de acordo com o levantamento, atualmente contamos com cerca de 439 healthtechs ativas no país.

Esse levantamento nos mostra que o setor de saúde passou a se expandir durante e após os impactos causados pela pandemia. Novas soluções foram desenvolvidas para atender às crescentes demandas da população, como foi o caso da telemedicina.

A chegada de novos serviços auxiliou – e ainda tem auxiliado – para o crescimento dessas startups e  implementação da tecnologia de uma forma mais assertiva nas rotinas de saúde, oferecendo praticidade aos pacientes e otimizando as rotinas de atendimento dos hospitais, sem descartar a necessidade de consultas presenciais quando necessário.

Nesse sentido, fatores como o grande impacto dos reajustes de planos de saúde convencionais, geraram debates sobre a valorização e crescimento das healthtechs pelo país. No primeiro trimestre deste ano, planos de saúde empresariais e coletivos por adesão, os quais não são regulados pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), sofreram uma grande alta que impactou de forma negativa os beneficiários, com planos empresariais chegando a até 133% de reajuste. Essa movimentação intensificou a valorização das healthtechs no mercado, que possuem a proposta de promover serviços acessíveis, com grandes investimentos em tecnologia e inovação, fugindo de padrões tradicionais que não possuem a jornada do paciente como foco.

Contudo, ambos os modelos também conseguem trabalhar de forma conjunta, a fim de juntos promoverem melhorias no sistema de saúde ao aprimorar e diversificar o acesso ao mercado, com a criação de novas ferramentas e soluções capazes de elevar a experiência do beneficiário. É o caso de empresas como a Alinea Health, que agem para otimizar os serviços de saúde oferecidos por planos corporativos convencionais, com o intuito de promover redução de custos e melhorar a qualidade dos atendimentos. Essas healthtechs utilizam a tecnologia para garantir uma jornada de atendimento personalizada e de acordo com a necessidade de cada paciente, o que ajuda a manter um atendimento direcionado e qualificado.

Além de diversificar e personalizar o acesso à saúde para a população, a expansão das healthtechs pelo país contribui para uma maior oferta de emprego para profissionais da área, acelerando o desenvolvimento de tecnologias e novas soluções capazes de elevar a qualidade da assistência médica disponibilizada no país, o que pode ainda impactar a rede pública de saúde, que concentra a maior parte da população.

Fernando Ribeiro é CEO da Alinea Health, empresa de tecnologia especializada em soluções para a saúde corporativa. O executivo, formado pela Fundação Getúlio Vargas e com mestrado no exterior, vem de uma família com tradição em medicina e cujo bisavô (CRM 13) contribuiu para a fundação do CRM em São Paulo. Ribeiro teve passagem por grandes empresas como a Amazon (no time de produto da Alexa – assistente virtual da Amazon de inteligência artificial) e Bridgewater (o maior hedge fund do mundo, de Ray Dalio), tendo fundado a Alinea Health com seu sócio, Willian Menegali, em 2021

Redação

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