Todos os dias vemos na imprensa casos de erros médicos. As acusações referentes a erro médico somaram 70 novas ações por dia no Brasil – ou três por hora – em 2017. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), foram pelo menos 26 mil processos sobre o assunto no período. Alguns são pertinentes – há verdadeiras aberrações no dia a dia em hospitais e clínicas. Em outros, cabe, no mínimo, um profundo debate.
Em muitas das vezes o que existe é a falta de diálogo entre paciente e médico. Sem transparência, ocorrem os chamados “ruídos de comunicação”. Vários registros de “erros” poderiam ser evitados com o detalhamento de cada passo da cirurgia: antes, durante e depois – ou seja, o resultado, propriamente dito. Principalmente no que se refere às cirurgias plásticas, que não param de crescer, em tempos de endeusamento de “selfies”. Todos querem ficar bonitos na foto e nas redes sociais. E a procura pelas cirurgias “milagrosas” é crescente. Desta forma, é comum que o resultado, quando sai um pouco diferente do esperado, do que se condiciona “perfeição” pela sociedade, é chamado de erro médico.
A tecnologia pode ser usada para reverter esse quadro e oferecer segurança para quem será operado e para quem vai fazer o procedimento. A startup Go2doc foi criada no início de 2018 com o objetivo de dar apoio aos médicos, no que se refere à melhora na comunicação com os pacientes e com isso, à prevenção de controvérsias. E, claro, os pacientes também ganham com isso.
A falta de transparência hoje entre médico e paciente pode provocar muitos problemas jurídicos no período pós-procedimento – o que implica em processos civis de responsabilidade, com possibilidades de indenização de danos materiais, morais e até estéticos na justiça.
A plataforma destaca perguntas frequentes de pacientes sobre cirurgia plástica. Se ele quer fazer uma lipoaspiração, uma cirurgia no nariz, nas mamas ou glúteos, por exemplo, e nem sabe direito o que pode acontecer antes, durante ou depois do procedimento, nesta plataforma pode encontrar. Ao todo, na ferramenta, existe o detalhamento de 18 procedimentos clínico-cirúrgicos, voltados a esta especialidade.
Ou seja, o paciente vai ler todas as informações e poderá questionar algo mais que eventualmente surgir. Entre elas, a possibilidade de ficar alguma cicatriz e intercorrências pós-cirúrgicas que podem mandá-lo para cuidados intensivos, para citar apenas algumas questões.
Dr. Mário Warde