Como ser neurocientista? Saiba o que é preciso para obter essa formação

A neurociência é um ramo da ciência que estuda, entre outras coisas, o funcionamento do sistema nervoso. Uma área repleta de mistérios e informações que fazem desta ciência a mais complexa e desperta a curiosidade de muitas pessoas. Mas você já se perguntou como ser um neurocientista?

Hoje em dia se ouve falar bastante em neurociência, principalmente devido ao avanço da ciência com grandes descobertas relacionadas ao sistema nervoso humano. A maioria das descobertas estão relacionadas a testes e estudos feitos em animais.

Esta evidência da neurociência está fazendo com que muitas pessoas procurem a pós-graduação, acreditando que é a resposta para o comportamento humano, também, como estratégia de marketing ou para intitular-se neurocientista. Pessoas com formações de licenciatura e bacharelado que, na Europa e nos Estados Unidos, nem poderiam ter permissão para fazer neurociência e que no Brasil é “possível”. A legislação brasileira ainda não está bem definida sobre a profissão de neurocientista. Levando em consideração que é uma profissão internacional, as leis internacionais de neurociências só consideram neurocientistas pessoas com formações em:

Biologia;
Biomedicina;
Medicina;
Física;
Psicologia;

Ou seja, graduações que estejam relacionadas com o tipo de estudo. Podendo exercer a neurociência como pós-graduação, mestrado e/ou doutorado. No exterior há graduações em neurociência. Nos Estados Unidos, Canadá e Europa não é permitido fazer pós-graduação em neurociência sem formação em graduações que tenha relação com os estudos neurocientíficos. Também é necessário artigos científicos e registro na sociedade de neurociência do país.

O que precisa para ser um neurocientista:

  • Projetar e realizar experimentos para entender mais sobre o cérebro e o sistema nervoso
  • Estudar e testar amostras de tecido cerebral
  • Usar técnicas como imagem de ressonância magnética funcional (fMRI) e magnetoencefalografia (MEG) para observar o cérebro ’em funcionamento’
  • Usar modelos teóricos, estatísticos e baseados em computador para analisar dados
  • Pesquisar e desenvolver as técnicas e equipamentos usados pela equipe médica em ensaios clínicos
  • Pesquisar e desenvolver novos tratamentos para distúrbios neurológicos
  • Realizar reuniões com colegas científicos para discutir suas descobertas e ideias para projetos de pesquisa em potencial
  • Trabalhar com médicos e outros especialistas em saúde para testar novos medicamentos com pacientes
  • Compartilhe sua pesquisa em periódicos revisados por pares
  • Usar programação de computador em sua pesquisa
  • Realizar revisões regulares da literatura de pesquisas em neurociência
  • Assistir e apresentar-se em conferências nacionais ou internacionais.

“Para ser considerado neurocientista, é necessário que a pessoa tenha uma graduação em uma faculdade reconhecida pelo MEC que dê base do conhecimento em neurociência, para cursar uma pós-graduação extensiva em neurociência, sendo relevante ter reconhecimento na Sociedade Brasileira de Neurociência com todas as exigências que eles impõem.” Disse Lorrana Gomes, advogada especialista em direitos educacionais.

Artigo científico publicado por neuropsicóloga e neurocientista revela as causas que levam os pacientes a abandonarem tratamentos terapêuticos e como isso pode ser prejudicial à saúde

Um estudo científico feito pela neuropsicóloga e psicanalista Leninha Wagner e pelo PhD, neurocientista e psicanalista Fabiano de Abreu aprovado e publicado no site do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH) mostra as razões que levam os pacientes a descartarem os tratamentos terapêuticos. Com essa conduta, podem causar sérios problemas para sua própria saúde.

Durante o tratamento, especialistas observam que, ao iniciar o relato da “queixa principal”, fica evidente que estas pessoas se tornam enrijecidas, inflexíveis, com personalidade cristalizada. É comum nestes casos, que o paciente deseja “mudar o outro para si”, mas não quer mudar em si comportamentos que geram sofrimentos para o próprio e para com quem convive.

E aí que há um grande problema. No artigo científico, a neuropsicóloga Leninha Wagner lembra que “a terapia é um processo personalizado, feita sob medida para as problemáticas da pessoa. “Não é para mudar o outro, e sim para que o paciente se perceba, se observe, se veja, se ouça. E promova ações que tenham desdobramentos positivos em sua própria vida”.

Mas às vezes o novo, mesmo com a possibilidade de ser melhor, assusta, desestabiliza. Já o PhD, neurocientista e neuropsicólogo Fabiano de Abreu revela que “a pessoa prefere conviver com a velha dor, do que desbravar novos horizontes. O abandono terapêutico é um dos fatores que colabora para esse quadro”.

“Se um cliente busca a terapia porque, ao longo do processo, resiste em mudar o comportamento que tanto o faz sofrer e até mesmo abandona o tratamento pode ser por conflitos com o terapeuta ou mesmo uma fuga das hipóteses apresentadas pelo profissional”, acredita Leninha.

Além disso, Abreu explica que “a resistência à mudança que melhoraria sua condição em relação ao meio em que vive e às pessoas com quem convive pode acontecer por falta de ajustamento num grau significativo para ele próprio ou para as pessoas relevantes do seu mundo. Mas no processo terapêutico a relação terapeuta-cliente é extremamente sensível”.

Por outro lado, Leninha reforça que o cliente não deve ser interpretado como uma fonte de dificuldades e o terapeuta por si só não é responsável pelo desenrolar da terapia. “A qualidade da relação é proporcional à compreensão que o terapeuta tem do seu cliente, bem como à sua habilidade para lidar com os problemas trazidos pelo paciente. Assim, o vínculo se aprofunda, e o cliente colhe os benefícios da atuação do terapeuta”.

Devido a inúmeras circunstâncias e variáveis, o neurocientista ressalta que a terapia pode não alcançar os resultados almejados e esses casos são designados como refratários; “Problemas de difícil solução, tais como: pânico com agorafobia, respostas limitadas ao tratamento, ansiedade social, comportamento obsessivo-compulsivo, ansiedade generalizada, envolvem muito a questão íntima da pessoa. Então, o que ela deve fazer é entender que o tratamento é necessário a ela, e fugir dele só vai piorar sua condição”.

Situações como essa podem ajudar os profissionais da saúde a melhorar a qualidade dos atendimentos terapêuticos, acredita Leninha. “É relevante para a prática clínica o desenvolvimento de ações específicas de pesquisa e de protocolos de atendimento voltados para a prevenção da interrupção precoce das psicoterapias”, completa a neuropsicóloga no artigo.

Redação

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