Conscientização é foco do Moinhos de Vento para segurança do paciente

Riscos e danos causados a pacientes durante o atendimento hospitalar – como infecções, quedas e lesões por pressão – estão entre as principais causas de incapacidade e morte. Muitas deles, no entanto, poderiam ser evitadas. Para tentar reverter esse quadro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elegeu o 17 de setembro como o Dia Internacional da Segurança do Paciente. A data, que a partir de agora será celebrada anualmente, marca o lançamento de uma campanha global para promover procedimentos seguros e reduzir perigos nas instituições de saúde.

Muito antes da campanha internacional, o Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), já tinha essa pauta como prioridade. Segundo a Coordenadora de Gestão da Qualidade e Segurança, Aline Brenner, há mais de quinze anos o tema tem sido tratado, e resultados positivos já foram colhidos. Desde 2017, houve uma redução de 60% nas infecções de corrente sanguínea associadas a cateter no CTI Adulto. As lesões por pressão diminuíram 16%, enquanto as decorrentes de queda são 12% menores.

“Além de mensurar todos os desfechos buscando a constante qualificação dos nossos processos, atuamos fortemente na prevenção”, destacou a enfermeira. A segurança do paciente faz parte do mapa estratégico da instituição gaúcha, que obedece a todas as metas estabelecidas pela OMS e desenvolve projetos específicos de educação para os públicos interno e externo – inclusive em parceria com outros hospitais do país. “É preciso que todos compreendam a importância de cuidados que parecem simples, mas podem salvar vidas.”

Reuniões diárias com pacientes e familiares

Todos os dias, às 14h, equipes multidisciplinares se reúnem com pacientes e familiares de pacientes internados em uma das unidades do hospital. Os profissionais compartilham informações e esclarecem dúvidas sobre rotinas e práticas de atendimento seguro. Higiene das mãos, prevenção de quedas e lesões e conferência da identificação são alguns dos aspectos abordados.

A reunião está entre as iniciativas do Moinhos de Vento para ampliar o envolvimento da comunidade com o próprio cuidado. “É um espaço importante de troca e participação dos pacientes, que aprendem a observar e apoiar o desenvolvimento de um atendimento cada vez mais qualificado. Para a instituição, é também uma oportunidade de ouvir e rever práticas e processos”, assinala Aline.

Atuação nacional

Além das ações de prevenção realizadas internamente, o Hospital Moinhos de Vento desenvolve projetos voltados à segurança do paciente para toda a população. Em parceria com o Ministério da Saúde, iniciativas como o Paciente Seguro fazem parte do Programa de Apoio e Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). O projeto busca melhorar a segurança do paciente em hospitais públicos localizados em 15 estados do Brasil, com base no Programa Nacional de Segurança do Paciente. Em uma consultoria in loco, o Moinhos compartilha sua expertise para a implantação de protocolos de segurança que minimizem os riscos.

De acordo com a líder Daniela Cristina dos Santos, o projeto apresenta resultados positivos em indicadores assistenciais, como redução do percentual de pacientes com lesão por pressão (32%) e que sofreram quedas (51%) em unidades piloto. Também foi percebido o aumento da adesão à higienização das mãos em 55%, importante medida para prevenção de infecções. Elaborado pela equipe do Paciente Seguro, o site educativo Caminhos da Segurança, já conta com mais de 45 mil visualizações. Com lançamento em 2016, apresenta vídeos, jogos e informações sobre o tema.

O Saúde em Suas Mãos – projeto desenvolvido de forma colaborativa pelo Moinhos de Vento e os outros quatro hospitais de excelência do país – capacita profissionais de saúde e implementa medidas de prevenção. O objetivo é aumentar a segurança do paciente, diminuindo as infecções hospitalares nas UTIs. Nos primeiros 18 meses, foram evitadas 2.888 infecções.

Uma das coordenadoras da iniciativa, Elenara Oliveira Ribas revela que isso significa cerca de 980 vidas salvas no período. “A meta é reduzir em 50% até 2020 os casos de infecções em UTIs nos 119 hospitais públicos participantes em diversas regiões do território nacional”, conclui.

Redação

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