Covid-19: Estudos revelam impacto da pandemia no diagnóstico do câncer de mama

Com uma vasta campanha durante todo o mês, o Outubro Rosa chama atenção para as formas de prevenir o câncer de mama, doença que segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) gera 66 mil novos casos e 18 mil mortes por ano e acomete possui 29,7% das mulheres brasileiras.

Com índices elevados, é imprescindível entender como essa prevenção é feita e quando procurar um médico, já que na maioria dos casos a resposta positiva aos tratamentos está relacionada ao seu diagnóstico precoce. A doença se manifesta quando há a multiplicação de células anormais da mama, que formam um tumor com potencial de invadir outros órgãos.

A pandemia de Covid-19 comprometeu os cuidados com a saúde, afastando pacientes de suas consultas de rotina e do acompanhamento médico, causando um impacto significativo não só no rastreamento do câncer de mama, mas também em seu tratamento. Diante desse contexto, mulheres com receio de saírem de casa por medo de um vírus desconhecido e altamente transmissível, tiveram que adiar seus exames, o convívio social e os serviços de saúde foram afetados, o que contribuiu para um comportamento passivo da população.

“Durante o período pandêmico tivemos um atraso considerável nos diagnósticos e nas mamografias de rotina. Isso nos traz preocupação, uma vez que consultórios já observam um crescimento de mulheres com câncer em estágio mais avançado”, explica Gilberto Amorim, oncologista clínico da oncologia D’Or do Rio de Janeiro.

Um estudo realizado pelo Instituto Avon e o Observatório de Oncologia mostrou que em 2021 tivemos a menor taxa de cobertura mamográfica em mulheres entre 50 e 69 anos, atingindo a marca de 17% de alcance. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) é recomendado que 70% da população feminina a partir dos 40 anos realize todos os anos este exame. A pior taxa de cobertura no Brasil pertence ao Distrito Federal, com apenas 4% no período analisado, seguido pelo Tocantins, Acre e Roraima, com 6%.

A mamografia é um exame de raio-x realizado em um equipamento específico, o mamógrafo. Durante o exame, a mama da paciente é comprimida entre duas placas de acrílico, para permitir uma melhor visualização das estruturas da mama.

Por meio desse procedimento, é possível detectar lesões benignas e cânceres em estágio ainda inicial, possibilitando a detecção de nódulos que não são descobertos durante o autoexame ou em consultas de rotina.

“Diante de taxas desanimadoras sobre um dos cânceres que mais afetam mulheres no mundo, é preciso olhar com atenção os estudos realizados durante a pandemia e pensar políticas públicas que atinjam mulheres que não realizaram seus exames em 2020, e não conseguem um acompanhamento médico mesmo após passarmos pela pior fase da pandemia”, destaca Amorim.

É importante ressaltar que a descoberta do câncer de mama nas fases iniciais aumenta suas chances de cura e a qualidade de vida da paciente. O Instituto Oncoguia destaca que 95% dos casos de câncer de mama diagnosticados no início têm possibilidade de cura.

Redação

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