O paciente, nos dias atuais, não difere serviços de saúde de outros tipos de serviços e exige comodidade, conveniência e atendimento que reflitam suas preferências e condições. É um movimento quase incontrolável que transcende as gerações atuais. Essa é uma das conclusões da pesquisa “Saúde 2030 – Paciente como consumidor?”, realizada pela KPMG. O conteúdo destaca ainda que, nos próximos dez anos, impulsionado por diversos fatores, o setor de saúde enfrentará profundas transformações que impactarão drasticamente como os serviços serão entregues.
Segundo a pesquisa, um dos principais fatores está nas mudanças demográficas, pois ocorrerá um envelhecimento da população até 2030. No Brasil, estima-se que o quantitativo de idosos crescerá de 17,7 milhões para 30,9 milhões. Além disso, de acordo com a pesquisa, 45% dos brasileiros já têm pelo menos uma doença crônica, fator que atingirá pelo menos 101 milhões de pessoas até 2030.
“Com o aumento da população idosa, o sistema de saúde precisará gerenciar mais pacientes com doenças crônicas do que em décadas anteriores. Por isso, haverá uma urgência na criação de modelos assistenciais que coloquem o paciente no centro e garantam o cuidado na medida certa e no lugar certo, contribuindo para a sustentabilidade do sistema”, explica o sócio-líder de Saúde e Ciência da Vida da KPMG no Brasil, Leonardo Giusti.
De acordo com o estudo, os atendimentos por meio da telemedicina permitirão que o paciente receba um tratamento eficiente, gerando comodidade e acesso, pois não há necessidade de deslocar-se para um consultório médico. Quarenta por cento dos indivíduos da geração entendem a importância e utilizam esse tipo de serviço, enquanto apenas 19% dos maiores de 60 anos usam a telemedicina.
A pesquisa revelou ainda que com a entrada de novas tecnologias haverá melhores resultados clínicos, além das questões de atendimento. Esses avanços poderão gerar ferramentas genômicas calculadoras de estratificação de risco e algoritmos de detecção de doenças raras.
“Embora o conceito de paciente como consumidor seja controverso, o paciente não difere mais o que é serviço de saúde com o de outro setor, exigindo mais comodidade, conveniência e serviços que reflitam suas condições e preferência. Podemos atrelar isso as questões tecnológicas, pois certamente é uma ferramenta na transição para um sistema centrado no paciente. O desafio é aplicar tecnologia junto com uma estratégia digital, conectando a um modelo assistencial que honre pilares de uma boa experiência”, pondera o sócio-diretor de Saúde da KPMG no Brasil, Daniel Greca.
De acordo com a pesquisa, 54% dos adultos americanos com idade entre 20 e 30 anos, que fazem parte da geração millenium, adiam os cuidados com a saúde devido ao custo. Além disto, 45% das pessoas entre 18 e 29 anos não têm um médico de rotina. Segundo o levantamento, dentre os principais fatores para a baixa procura por médicos especialistas estão as questões relativas aos hábitos alimentares mais saudáveis e abertura para programas de tecnologia focados em bem-estar.
Para ter acesso a pesquisa na integra, acesse: assets.kpmg/content/dam/kpmg/br/pdf/2020/br-paciente-como-consumidor.pdf