Diabetes: impacto financeiro de hospitalizações é de, em média, US$ 845,00 por paciente

O Diabetes – doença crônica que afeta a forma como o corpo metaboliza a glicose – acomete mais de 387 milhões de pessoas no mundo, e 13 milhões no Brasil , e é uma das chamadas Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que são a principal causa de mortalidade e incapacidade prematura no Brasil e no mundo. Existem diferentes tipos da doença, mas os mais conhecidos são o diabetes tipo 1 e o tipo 2. O primeiro é caracterizado pela falência das células beta no pâncreas e segundo ocorre por resistência à ação da insulina, tendo a obesidade como um dos principais responsáveis.

Os primeiros sinais da doença podem ser identificados mais de 20 anos antes do diagnóstico, de acordo com uma pesquisa apresentada no Encontro Anual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes (EASD), ocorrido em 2018, na Alemanha. Esse dado destaca a importância do controle e monitoramento das taxas de glicose, que devem ser feitos por meio de exames laboratoriais simples, de glicemia de jejum e hemoglobina glicada.

“O controle dos sinais por exames de diagnóstico é reconhecido globalmente como importante instrumento capaz de promover não apenas o bem-estar do paciente, mas também reduzir a despesa total com o tratamento de saúde”, destaca a diretora executiva da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), Priscilla Franklim Martins.

O impacto financeiro de hospitalizações atribuídas ao diabetes e suas complicações é de, em média, US$ 845,00 por paciente. O custo médio de internação foi significativamente maior para os homens em todas as faixas etárias, sendo de US$ 956,00 para eles, ante US$ 746,00 para as mulheres, segundo o estudo Disease and Economic Burden of Hospitalizations Attributable to Diabetes Mellitus and Its Complications.

Esses montantes são ainda maiores quando estimados os custos financeiros indiretos decorrentes da perda de capacidade produtiva. Em contrapartida, o valor médio do exame de hemoglobina glicada foi de R$ 16,00, segundo os dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

“Ao analisar esses valores, não há dúvida de que a abordagem preventiva no tratamento das doenças tende a reduzir consideravelmente as despesas em saúde”, analisa o presidente do Conselho de Administração da Abramed Wilson Shcolnik. “Nossa expectativa é que estudos como esses, desenvolvidos com metodologia e publicados em relevantes revistas científicas, ajudem a conscientizar toda a sociedade de que, além de óbvia e mais saudável, a prevenção das DCNTs e o diagnóstico precoce são sempre as alternativas mais economicamente sustentáveis para o sistema de saúde como um todo”, afirma Shcolnik.

A boa notícia é que a edição de 2019 do Painel Abramed – o DNA do Diagnóstico, lançada em agosto pela entidade, aponta que o número de exames de hemoglobina glicada no mercado de saúde suplementar passou de 12 milhões (em 2017) para 13,5 milhões (em 2018), o que corresponde ao aumento de 12,4%. No Sistema Único de Saúde (SUS), a variação foi de 4% para cima, com 39,8 milhões de exames realizados em 2018 ante 38,3 milhões em 2017. “Esses dados demonstram maior acesso e monitoramento dos pacientes em relação a essa doença, que pode ser grave”, acredita Priscilla.

Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, muitos casos de diabetes tipo 2 podem ser evitados quando se está dentro do peso normal, com hábitos alimentares saudáveis, prática regular de atividade física e consultas periódicas ao médico.

Redação

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