Apesar do cenário desafiador imposto pela pandemia desde março de 2020, o Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV) tem superado ano a ano sua assistência a pacientes oncológicos, especialidade a qual é referência para Jundiaí (SP) e região. Na comparação entre 2020 e 2021, o crescimento no número anual de pacientes atendidos nos setores de radioterapia e quimioterapia foi da ordem de 13%, o que representa 908 pacientes a mais. Em 2020 foram atendidos 6.956 e em 2021 foram 7.864 pacientes.
Em 2021 o HSV realizou 18.310 sessões de radioterapia e 13.172 sessões de quimioterapia. Em 2020 os índices eram de 16.688 e 12.571 respectivamente. O tratamento com hormonioterapia também teve crescimento, ampliando a média de 742 pacientes ao mês para 891, o que representa aumento de 20%. Com relação às cirurgias oncológicas, o HSV manteve a marca de 468 procedimentos no decorrer de 2021, o mesmo índice de 2020. No entanto, em 2019, período pré-pandemia, foram realizadas 672 cirurgias oncológicas, média de 56 ao mês, índice que a instituição pretende superar em breve, a partir da redução de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
“A oncologia do São Vicente é referência em todo o interior de São Paulo, reconhecemos a alta qualidade dos serviços prestados na unidade, com estrutura adequada, profissionais qualificados e humanizados. Todos nossos esforços são no sentido de viabilizar melhorias constantes para a instituição. A ampliação bem estruturada e planejada da assistência oncológica é foco de nossa gestão, o equipamento é símbolo de vida e esperança para nossa cidade”, define o prefeito Luiz Fernando Machado.
O superintendente do HSV, Matheus Gomes, atribui a melhora dos resultados ao esforço conjunto entre a gestão municipal, administração do HSV e equipes do hospital. “Poucos municípios investem tanto no atendimento oncológico como Jundiaí, por isso somos referência para outras oito cidades da região”, lembra ele se referindo a Várzea Paulista, Campo Limpo Paulista, Itupeva, Louveira, Itatiba, Morungaba, Jarinu e Cabreúva. “Também é importante destacar o comprometimento de nossos profissionais, que nos ajudam a ampliar a produtividade, sem onerar nossos custos, mas com a mesma qualidade de assistência”, completa.
Dentre as principais iniciativas para o crescimento no número de pacientes atendidos, Matheus destaca alguns deles. “Focamos na otimização operacional e humanização, investimos na reforma e ampliação da quimioterapia, viabilizamos a ampliação dos horários de atendimento da radioterapia e negociamos parcerias. Afinal, o câncer não pode esperar e nós temos a missão de adequar nossa assistência, garantindo segurança e um bom atendimento à população”, salienta.
Atualmente vários projetos estão em fase de implantação, com foco especialmente na humanização da assistência prestada aos pacientes oncológicos. “Implantamos a identificação dos pacientes por meio de uma carteirinha exclusiva para uso em qualquer unidade do hospital; viabilizamos uma equipe multidisciplinar, com psicólogo, nutricionista, assistente social e outros profissionais no ambulatório de triagem oncológica; viabilizamos o prontuário unificado e estamos na fase de implantação de totens para retirada de senha preferencial”, enumera Matheus.
Aos 78 anos, a aposentada Floriza Nunes Moro, natural de Dourado, interior de São Paulo, e que há 75 anos mora em Jundiaí, descobriu por acaso uma massa escura nos pulmões, após avaliação médica, a indicação foi de sessões de radioterapia e quimioterapia. “Eu estava acompanhando um problema nos rins e um dos exames de imagem pegou parte dos pulmões, foi aí que o médico notou que tinha algo estranho e passou a investigar o que estava acontecendo”, relembra ela sobre o ocorrido no ano passado.
Pouco tempo depois, ela iniciou as sessões de quimioterapia no HSV. Atualmente ela realiza a décima quarta sessão de radioterapia de um total de 30. “Eu venho todos os dias e sou muito bem atendida, todos os profissionais aqui são anjos que nos atendem e isso inclui todos os profissionais, desde o meu primeiro atendimento no Pronto Atendimento Central até os médicos, passando pelo pessoal da limpeza, os seguranças e todos os outros”, afirma.
O marido de dona Floriza, o aposentado José Oberdam Moro, 76 anos, a acompanha em todas as sessões. “Eu vejo ela sempre sendo bem atendida aqui, vejo a agilidade com que o tratamento dela foi providenciado e todo o carinho que ela recebe. Me dá uma tristeza só de pensar que alguns anos atrás esse hospital quase fechou as portas, isso jamais pode acontecer. Nós estamos muito agradecidos”, relata ele com sorrido cheio de empatia.