No dia 17 de setembro se comemora o dia mundial da segurança do paciente. A data refere-se aos procedimentos que devem ser tomados para uma redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a estimativa de danos à saúde é alta em nível mundial. Todos os anos, tanto os médicos quanto os enfermeiros são imprescindíveis na assistência com segurança na prevenção de infecções, danos, processos em falha ou óbitos evitáveis.
A sepse é a causa de morte número um nas UTIs e uma das principais de mortalidade hospitalar tardia, superando o infarto do miocárdio e o câncer. De acordo com o Ministério da Saúde, a mortalidade pela doença é alta no país, chegando a 65% dos casos, enquanto a média mundial está em torno de 30 a 40%. “A sepse nada mais é que uma resposta desregulada do organismo a uma infecção pré-existente. Toda vez que ocorre uma infecção, o sistema de defesa de seu corpo entra em ação para combater a doença, provocando inflamação. Quando este processo se magnifica gerando múltiplas disfunções dos órgãos, temos a sepse”. Vale ressaltar que pessoas em condições vulneráveis como os diabéticos, portadores de câncer, de insuficiência renal ou aqueles que apresentam qualquer forma de imunossupressão, recém-nascidos prematuros e idosos são os mais suscetíveis a apresentarem formas mais graves de infecção”, explica André Cortez, infectologista do Hospital Casa de Saúde Guarujá (SP).
Para uma entidade prestadora de serviços hospitalares é necessário seguir rigorosamente as metas de segurança e saúde dos pacientes, explicadas abaixo por André:
1 – Identificação do paciente
Consiste na verificação de que ele esteja recebendo o material de tratamento, prescrição médica e medicamentos de forma correta. “Essa meta é fundamental para que não ocorra nenhum tipo de erro na hora da administração medicamentosa, por isso, é procedimento padrão que o profissional pergunte sempre o nome completo e idade do paciente, mesmo que esteja em terapia domiciliar”, ressalta.
2 – Melhora na comunicação efetiva nos profissionais da saúde
Nesse processo é necessário que o profissional desenvolva práticas rotineiras de forma inflexível para que não haja nenhum tipo de erro médico durante algum tratamento. “A intercomunicação entre a equipe deve ser sempre padronizada, impossibilitando qualquer descuido durante o procedimento que está sendo realizado. Isso é necessário para a proteção de quem está recebendo algum tipo de terapia e para os profissionais de saúde, que seguindo os padrões de procedimento de forma rígida, dificilmente irão cometer algum tipo de equívoco”, avisa.
3 – Aprimoramento na segurança dos medicamentos de alta vigilância
Esse protocolo foi elaborado para preservar as práticas de administração de fármacos em todas as empresas de saúde. “São condutas que determinam a maneira em que os medicamentos de alta vigilância como insulina e psicotrópicos devem ser armazenados e utilizados, com o intuito de assegurar até mesmo a vida do paciente”, alerta.
4 – Local de procedimento de cirurgia e anestesia
Essa meta é para que seja verificado atentamente o tipo de cirurgia que será feita, o material utilizado e a anestesia, garantindo que não ocorra nenhum engano durante a intervenção. “É importante ressaltar que no caso de empresas de prestação de serviços domiciliares, essa é uma regra que não se aplica, pois não há manuseio de anestesia em casa”, informa.
5 – Higienização das mãos e cuidados da saúde
O objetivo é conter a transmissão de microrganismos, amenizando os riscos de infecções relacionadas à assistência em saúde. “A intenção é que não haja perigo de nenhum tipo de contaminação bacteriana, seja por meio do fármaco ou do contato com o especialista”, explica.
6 – Redução de risco de queda de lesão por pressão
Para que não ocorram quedas e as úlceras por pressão, é indispensável que os profissionais de saúde avaliem os pacientes e estabeleçam ações preventivas. “É primordial averiguar as condições de acessibilidade e locomoção dos pacientes, principalmente se eles forem idosos ou estiverem sob efeito de algum medicamento”, destaca.
“Todos esses protocolos precisam ser colocados em prática com a intenção de prestar um serviço de qualidade, segurança, personalização e humanização, pois o bem-estar dos pacientes e colaboradores é algo inegociável”, conclui o especialista.