Especialistas discutem doença de Alzheimer em webinário

Alexandre Kalache, médico gerontólogo e epidemiologista, Elaine Mateus, presidente do Instituto Não Me Esqueças, e Rodrigo Schultz, neurologista e presidente da Federação Brasileira das Associações de Alzheimer, a FEBRAz, participaram do webinário “Repensando a doença de Alzheimer: cuidando hoje para um futuro melhor”, evento transmitido ao vivo pelo jornal O Estado de S. Paulo. O objetivo do encontro online foi discutir como o diagnóstico precoce, a qualidade de vida dos pacientes e o impacto em políticas públicas e sociais são importantes para repensar a doença de Alzheimer e mudar a perspectiva de atenção da doença no país.

Na ocasião, Dr. Alexandre Kalache abordou importantes temas relacionados ao envelhecimento da população, como a revolução da velhice, a conquista social do envelhecimento e a necessidade de políticas públicas para preparar as próximas gerações para uma transição demográfica saudável. O especialista comparou a atenção que é dada atualmente ao idoso no Brasil. “Se compararmos com a França, o Brasil está envelhecendo com pobreza, com níveis educacionais baixos, o que resulta de um grande déficit cognitivo. Isso é um grande fator de risco para o desenvolvimento de Alzheimer e outras demências”, reforça.

Segundo Kalache, é preciso preparar a sociedade para os futuros casos, não para os atuais. “É o envelhecimento da próxima geração que precisa de políticas públicas. O nosso já está perdido”, afirma. Por fim, o gerontólogo alegou que o desafio está em como os países em desenvolvimento estão se preparando para cuidar da doença de Alzheimer. Ele também abordou os impactos da doença para a seguridade social e na necessidade de preparação do sistema para tratar esses pacientes de uma forma efetiva e sustentável.

Nesse contexto, o neurologista Dr. Rodrigo Schultz explicou a diferença entre a doença de Alzheimer e outras demências, ressaltando a importância de atentar para os primeiros sinais, uma vez que o paciente pode estar sendo acometido pela doença e não saber.

Dr. Schultz pontuou a progressão da condição em termos de sintomas e em relação ao impacto para pacientes e sociedade. “É importante criar uma reserva cognitiva como forma de preservar o indivíduo e retardar uma possível evolução da doença”. Segundo o neurologista, apesar do diagnóstico da doença de Alzheimer ser clínico, existem estudos focados no diagnóstico precoce. “No futuro teremos biomarcadores que poderão identificar os primeiros sinais da doença”, afirma Dr. Schultz.

Em relação à prevenção, o médico ressalta que alguns hábitos podem ajudar a manter a mente saudável. “A escolaridade e a leitura são fundamentais para manter a mente ativa. Nesse sentido, o Brasil terá um aumento nos casos de demência por falta de desenvolvimento do processo de aprendizagem”, conclui.

Já a presidente do Instituto Não Me Esqueças, Elaine Mateus, comentou seu caso pessoal com a doença e como o impacto do diagnóstico interfere na estrutura familiar. A educadora reforçou que o diagnóstico tardio é extremamente prejudicial e fez uma alusão ao fato de viver em um processo de luto por ser uma doença ligada à estigmas.

Além disso, ressaltou o alto custo do tratamento e do cuidado com esses pacientes. Para ela, perder memória recente é quase um mito em relação à doença. “Os desafios do Alzheimer vão muito além da perda da memória. Existem várias consequências que envolvem a doença. Precisamos pensar em um país que esteja em processo de envelhecência, atentando para a importância da mudança no comportamento cognitivo desde já”, finaliza Elaine.

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Redação

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