Hospital do GRAACC ultrapassa a marca de 800 transplantes de medula óssea

O Hospital do GRAACC ultrapassou a marca de 800 transplantes de medula óssea (TMO) realizados no Centro de Transplante de Medula Óssea, um dos mais avançados do país. A instituição é referência no tratamento e cura do câncer infantojuvenil, inclusive no mais comum deles, as leucemias, que, dependendo de algumas características e comportamento da doença, tornam o transplante necessário.

“Tratamentos tradicionais de casos de leucemias na infância como as quimioterapias e radioterapias, além de estratégias de suporte de infecções e sangramentos, permitem a cura da doença em mais de 70% dos casos. Mas uma pequena parcela pode não responder bem ao tratamento ou mesmo apresentar recidiva, que é a volta da doença, após o tratamento adequado. São nestes casos que o transplante de medula óssea é realizado como alternativa curativa”, explica o Dr. Victor Zecchin, médico coordenador do centro de TMO do Hospital do GRAACC.

As leucemias

O diagnóstico das leucemias é feito por meio do mielograma, exame do sangue de dentro do osso, uma vez que a origem é na medula óssea, região em que normalmente é produzido o sangue. Porém, não são restritas apenas à medula óssea e podem também atacar os testículos, endurecendo-os, e o líquor (líquido da espinha), provocando vômitos e dores de cabeça.

“Não existem sintomas específicos, pois muitas causas se confundem com fatos comuns da infância como a chamada dor do crescimento e manchas roxas, muito comum em crianças muito ativas. Mas a persistência dessas dores e manchas e o aparecimento, sem algum motivo aparente, de sangramentos, febre e abatimento, por exemplo, devem ser investigados o quanto antes”, orienta Dr. Victor.

Os tipos existentes são: Leucemia Linfoide Aguda (LLA), Leucemia Mieloide Aguda (LMA), Leucemia Mieloide Crônica (LMC) e Leucemia Linfoide Crônica (LLC), esta última, porém, só acomete adultos

Tipos de transplantes

O Hospital do GRAACC realiza todos os tipos de transplante de medula óssea. Todos são feitos no Centro de Transplante de Medula Óssea e dependem do tratamento e tipo do câncer pediátrico.

No transplante autólogo são utilizadas células do próprio paciente, que são coletadas e congeladas. A seguir, são administradas altas doses de quimioterapia a fim de destruir qualquer célula de tumor e, posteriormente, a medula congelada é devolvida ao paciente em um processo semelhante a uma transfusão de sangue.

Nos transplantes alogênicos são utilizadas células de medula de um doador em geral totalmente compatível, que pode ser da mesma família ou não (doadores não aparentados voluntários cadastrados no registro de doadores de medula – REDOME). O processo do transplante também envolve o uso de quimioterapia e, muitas vezes, radioterapia do corpo todo, a fim de destruir a medula óssea doente e permitir que a nova medula infundida ocupe o lugar e passe a produzir os elementos sanguíneos saudáveis.

Há ainda uma modalidade de transplante um pouco mais nova, chamada transplante haploidêntico. Estes transplantes são semelhantes aos alogênicos, com a diferença de que nestes casos o doador é um parente de primeiro grau – em geral pai, mãe, irmão ou filho – com 50% de compatibilidade, sendo uma alternativa quando não há doador 100% compatível.

“As chances de cura são maiores quando o tratamento do câncer é feito de maneira precoce, desde que bem indicado. Por isso, o transplante deve ser uma decisão rápida da equipe médica”, acrescenta Dr. Victor.

Após o transplante o paciente segue para acompanhamento em uma área isolada no hospital, longe de agentes infecciosos, pois fica praticamente sem imunidade. Em algumas semanas, a medula começa a funcionar e gerar células boas novamente. Isso significa que a “medula pegou”!

Redação

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