Medicina Diagnóstica faz posicionamento sobre diversidade de gênero

Embora o Brasil ainda não tenha um dado oficial sobre o número de transgêneros no país, um estudo realizado pela revista The Lancet estima que existem no nosso território entre 752 mil e 2,4 milhões de indivíduos que se identificam com um gênero diferente daquele que corresponde ao seu sexo atribuído no momento do nascimento. Apenas 11 cidades no país possuem ambulatórios especializados para este grupo.

As particularidades e desafios do atendimento laboratorial às pessoas com incongruência de gênero incentivaram a produção do posicionamento “Medicina Diagnóstica inclusiva: cuidando dos pacientes transgênero” para orientar os profissionais e corporações atuantes no setor. O documento foi elaborado em conjunto pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e com o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR).

Segundo a patologista clínica, membro da SBPC/ML, e coordenadora da iniciativa, Luisane Vieira, “o posicionamento aborda o panorama técnico, define intervalos de referência específicos para pessoas trans em tratamento endócrino, tecnológico para viabilizar ferramentas e sistemas flexíveis para cadastro e permissão de exames específicos que são vinculados a determinado sexo, até o panorama social, como a implementação de banheiros neutros quanto a gênero nas unidades de atendimento e inclusão do nome social em todos os contatos com o paciente”,

O tema também estará em debate no dia 26 de setembro, às 14h00, em um Talk Show no espaço #ImportantePrevenir, durante 53º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, que acontece no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro. A Dra. Luisane Vieira estará com Alice Pereira de Araújo, ilustradora, autora dos quadrinhos “Pequenas Felicidades Trans”, que narra o seu próprio processo de transição de gênero e com Renata da Silva Carvalho, atriz, trans, que interpretou Jesus na peça “Evangelho Segundo Jesus Cristo, Rainha do Céu”, fortemente atacada e que sofreu tentativas de censura. O bate papo será mediado por Daniela Marino, editora do site “Minas Nerds”.

Segundo a Dra. Luisane Vieira, “os transgêneros representam um dos grupos menos assistidos do ponto de vista médico, devido à discriminação, recusa de atendimento ou assédio que sofrem mesmo em serviços de saúde ou pela falta de condições financeiras para custear integralmente o tratamento”. A atividade vai contar com a participação de uma médica endocrinologista e de um advogado, ambos especializados no atendimento a essa população.

Para acessar o documento na íntegra, clique aqui.

Redação

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