Médico alerta para risco de osteonecrose no quadril como consequência da Covid-19

Médico ortopedista especialista em quadril, Dr. David Gusmão alerta para o alto risco de osteonecrose nesta articulação decorrente do uso de altas doses de corticoides como uma das consequências para a saúde pós-Covid-19. Este tipo de medicamento é necessário para a inibição da inflamação e fibrose pulmonar, sendo indicado, principalmente, nos casos mais graves de Covid-19 que requerem hospitalização.

Corticoides são potentes drogas anti-inflamatórias e podem ser o fator decisivo na vida de muitos pacientes acometidos pela forma severa da Covid-19. Mas, como efeito colateral, podem inibir múltiplos mecanismos de formação óssea, promovendo mudanças no processo de diferenciação e gerando a morte dos osteoblastos, células formadoras dos ossos, assim como a circulação na cabeça femoral, levando assim a osteonecrose de quadril.

Além de pesquisas e artigos recentes sobre o assunto, também já é de conhecimento científico este tipo consequência do uso do corticóide em altas doses, especialmente por meio do tratamento da SARS, vírus da família dos Coronavírus, em 2003, na qual a incidência de osteonecrose foi de 5% a 58% dos pacientes, sendo o quadril o mais afetado. A maioria dos pacientes atingidos estão na faixa de 20 a 49 anos e cerca de 39% podem apresentar essas alterações entre 3 a 4 meses pós-Covid-19, mas o acompanhamento deve se estender em até 3 anos após o tratamento com corticoides.

O Dr. David Gusmão, também enfatiza a importância do diagnóstico precoce e acompanhamento médico. “É muito importante que seis meses após a infecção e internação pela Covid-19, ou se houver alguma dor na região do quadril e virilha, o paciente realize um exame de ressonância nuclear magnética para checar a saúde da articulação e prevenir a perda do quadril natural”, completa o ortopedista. Ele ainda ressalta que após um ano do tratamento, o exame deve ser repetido, pois se essa doença não for reconhecida a tempo e tratada corretamente o paciente poderá precisar de uma prótese de quadril precocemente.

Já o tratamento e taxa de sucesso da osteonecrose pode variar de acordo com o tamanho da lesão, localização e precocidade podendo ser apenas medicamentoso ou até mesmo cirúrgico. A cirurgia não é de alta complexidade, em geral, são feitas pequenas perfurações na cabeça femoral para estimular a circulação ou utiliza-se concentrados de enxerto de medula óssea para devolver o estímulo biológico celular para a cabeça femoral.

Redação

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