Mulheres na pós-menopausa com câncer de mama podem evitar quimioterapia

A menopausa pode determinar quais mulheres com câncer de mama inicial podem evitar com segurança a quimioterapia. É o que mostra o estudo clínico randomizado RxPONDER, apresentado no San Antonio Breast Cancer Symposium, nos Estados Unidos, o maior e mais importante congresso sobre câncer de mama do mundo.

O RxPONDER demonstrou um efeito diferente da quimioterapia baseado nos resultados do Recurrence Score (escore de recorrência) em mulheres na pós-menopausa e na pré-menopausa. Foi observado que as mulheres na pós-menopausa com resultados de Recurrence Score de 0 a 25 não obtiveram benefícios da quimioterapia e podem evitar os efeitos colaterais associados ao tratamento.

Já as mulheres com resultado de Recurrence Score entre 26 e 100 não foram incluídas no estudo porque os pesquisadores analisaram estudos anteriores e determinaram que este grupo de pacientes se beneficiou da quimioterapia.

Aproximadamente 25% das pacientes diagnosticadas com câncer de mama precoce com receptor hormonal (RH) positivo e HER2 negativo têm um tumor que se espalhou para os linfonodos e dois terços dessas pacientes estão na pós-menopausa. A grande maioria dessas pacientes está atualmente recebendo quimioterapia.

“Com os estudos RxPONDER e TAILORx, há agora uma clareza definitiva e inegável sobre quem se beneficia e quem não se beneficia da quimioterapia dentre as pacientes com câncer de mama em estágio inicial, com doença linfonodo negativa ou linfonodo positiva”, disse o Dr. Steven Shak, Chief Medical Officer da Exact Sciences. “Estima-se que estes tão esperados resultados, que continuamente confirmam a importância do teste Oncotype DX nas aplicações da prática clínica, causarão impacto sobre dezenas de milhares de mulheres no mundo todo”.

O estudo é baseado no teste genômico Oncotype DX®️ Breast Recurrence Score, uma ferramenta prognóstica que consegue identificar quais pacientes de fato se beneficiarão da quimioterapia, fazendo também uma avaliação prognóstica e preditiva das pacientes, identificando se há a possibilidade de recorrência da doença nos próximos 10 anos, e permitindo avaliar um melhor uso dos recursos de saúde. Ele foi realizado em 632 centros de nove países: Estados Unidos, Canadá, México, Colômbia, Irlanda, França, Espanha, Coreia do Sul e Arábia Saudita.

O estudo incluiu mais de 5.000 mulheres com doença com até três linfonodos positivos. Mulheres com resultado Recurrence Score de 0 a 25 foram aleatoriamente colocadas em um grupo para tratamento com terapia hormonal isolada ou em um grupo para tratamento com quimioterapia seguida de terapia hormonal. As pacientes aleatoriamente distribuídas foram estratificadas de acordo com seu resultado Recurrence Score®️, seu status menopausal e com o tipo de cirurgia de linfonodos.

No Brasil, o teste, que é distribuído pelo Grupo Fleury, passou por pesquisas no Hospital Pérola Byington, maior centro de tratamento de câncer de mama do país, e na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Redação

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