Novo Boletim Epidemiológico da Covid-19 traz balanço de infecções em profissionais de saúde

O Ministério da Saúde publicou, nesta quarta-feira (08), o Boletim Epidemiológico Especial nº 21 sobre a Covid-19 no Brasil. A nova publicação apresenta o detalhamento do perfil de casos e óbitos da doença por macrorregiões e Unidades da Federação. Além disso, traz novo balanço de infecções por Coronavírus em profissionais de saúde que estão atuando, desde o início da pandemia, na assistência às pessoas com Covid-19. O objetivo é oferecer dados mais precisos sobre o cenário atual da doença e permitir ao Poder Público adequar ações e agir com mais efetividade na proteção e assistência à população.

Até o dia 4 de julho, 173.440 casos de Síndrome Gripal (SG) foram confirmados para a Covid-19 em profissionais da área da saúde de todo o país. As profissões com maior registro de casos foram os técnicos ou auxiliares de enfermagem (59.635), seguido dos enfermeiros (25.718), médicos (19.037), Agentes Comunitários de Saúde (8.030) e recepcionistas de unidades de saúde (7.642). Em relação aos casos graves da doença de Covid-19, que necessitaram de internação hospitalar, foram confirmados 697 casos. Os técnicos ou auxiliares de enfermagem foram os mais afetados, com 248 casos, seguido dos médicos (150) e enfermeiros (130). Além disso, 138 mortes foram registradas para Covid-19 entre os profissionais de saúde.

O secretário de vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, destacou a capacidade técnica da parte assistencial do Sistema Único de Saúde (SUS). “Nossas equipes de saúde estão atendendo as pessoas ininterruptamente e isso destaca o esforço que todos estão desempenhando. Por causa do esforço do governo e dos profissionais de saúde por todo país, temos conseguido evitar mais casos de doentes e mortes”, destacou o secretário.

O Ministério da Saúde tem adequado as medidas e ações necessárias para enfrentamento à Covid-19, conforme cada etapa da pandemia. Assim, tem incentivado o atendimento e acompanhamento médico já nos casos leves. No início dos sintomas ou em caso de contato próximo com algum caso confirmado, a orientação é procurar o serviço de saúde mais próximo, quando o profissional médico avaliará caso a caso, considerando, inclusive, o contexto da exposição e o perfil (se idoso ou com comorbidades, por exemplo). O objetivo é garantir o atendimento precoce e evitar o agravamento do quadro clínico dos pacientes para salvar vidas.

Durante a coletiva de imprensa, realizada nesta quarta-feira (8), em Brasília (DF), o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, destacou que os gestores e a população das regiões Sul e Centro Oeste devem ficar alertas. “Estamos com uma grande preocupação com os estados da região Sul, que há quatro semanas vem em uma crescente, um aumento significativos no número de casos, assim como a região Centro-Oeste que quatro semanas atrás pouco apareciam nas estatísticas. Agora fica o sinal de alerta para as pessoas dessas regiões, que devem adotar as medidas de saúde para segurança. Principalmente agora em que o clima esfria, é preciso manter os ambientes arejados”, explicou o secretário.

Projetos de pesquisas para Covid-19 receberão R$ 45 milhões

Na terça-feira (7), foi divulgado o resultado final da chamada pública para seleção de pesquisas para o enfrentamento da Covid-19, suas consequências e outras síndromes respiratórias. Ao todo, foram selecionados 90 projetos de pesquisa, no valor total de R$ 45,5 milhões, entre 2.219 propostas enviadas para avaliação por meio de parceria entre o Ministério da Saúde, o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Pesquisadores de todo o Brasil enviaram projetos de pesquisa para concorrer ao financiamento. As propostas seguiram 11 linhas temáticas de pesquisa, que contemplaram, por exemplo, o desenvolvimento de novos métodos de prevenção e controle, diagnóstico, tratamento e vacinas contra o Coronavírus, além de outras doenças respiratórias.

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Para o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto, quando se enfrenta um grande problema é, também, quando surgem ideias para pesquisas para resolver esses problemas. “E nós temos atuado não somente no fomento à pesquisa, mas, também, na parte de rastreio das melhores evidências no mundo inteiro a respeito dessa crise de saúde. E essas pesquisas são importantes porque vão fornecer material que pode ser incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS), com produtos que vão melhorar a vida da população. Isso mostra que uma pesquisa forte, ligada à inovação faz o SUS prosperar”, afirmou.

Na avaliação das propostas, analisou-se como as ideias poderiam ser aplicadas ao SUS, as perspectivas de impacto positivo nas condições de saúde da população e o impacto e relevância do projeto para o aprimoramento da atenção à saúde e vigilância da Covid-19, além de outros critérios técnicos.

Por se tratar de emergência de saúde pública de importância internacional, as pesquisas contratadas por essa chamada destinam-se a fornecer novas evidências e subsídios ao enfrentamento da pandemia de Covid-19 e são de relevância para tomada de decisão e também para a gestão em saúde. Sendo assim, os resultados parciais e finais devem ser informados aos Ministérios ao longo da execução das pesquisas e em tempo real.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes, explicou que o sistema de saúde público é um dos melhores que existem no mundo, pois oferece assistência a uma enorme quantidade de pessoas com atendimentos de qualidade. “Por isso, um anúncio como esse de hoje é muito importante, pois os trabalhos serão desenvolvidos para melhorar a qualidade de vida da população, nos preparar para o futuro e nos ajudar a sair dessa pandemia mais fortalecidos”, destacou.

O Ministério da Saúde e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações vão conduzir seminários de acompanhamento e avaliação dos projetos em seu início, em duas reuniões na metade do desenvolvimento dos estudos e um último seminário final da execução dos trabalhos, em Brasília (DF) ou virtualmente, caso necessário.

O Departamento de Ciência e Tecnologia, da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde (Decit/SCTIE/MS) é o responsável pela organização e pelo financiamento, por parte do Ministério da Saúde, da chamada pública, aportando R$ 20 milhões. “A chamada pública contribui com o fortalecimento da ciência do Brasil, além da busca de soluções para a pandemia mundial. Oportuna o avanço do conhecimento, a formação de recursos humanos, a geração de produtos nacionais e a formulação, implementação e avaliação de ações públicas voltadas para a melhoria das condições de saúde da população brasileira”, destacou Camile Giaretta, a diretora do departamento.

Consulte o resultado final da chamada em: www.cnpq.br

Redação

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