Novo reajuste de planos de saúde pode ser explicado por ineficiência operacional

O reajuste deste ano para planos de saúde individuais deve ficar entre 15% e 18,2%, superando o recorde de 13,57% de 2016. Se confirmado, será o maior reajuste já determinado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), desde que passou a regular o setor em 2000.

A alta é esperada por especialistas do banco BTG Pactual, o Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS) e a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) e deve impactar nos custos para pelo menos 8,9 milhões de usuários de planos individuais.

No entanto, o aumento não é uma regra entre planos de saúde. Para o médico e Presidente da Sami, operadora de saúde de São Paulo, o alto valor de reajuste pode ser explicado por fatores operacionais dos planos: “Aumentos de até 20% nos planos acabam ocorrendo por uma falta de controle nos protocolos médicos, custo médico, jornada de cuidado dos pacientes, repetição de exames, pela ausência de gestão do sistema de saúde como um todo, e isso acaba impactando diretamente na vida das pessoas e no acesso delas aos planos de saúde”, explica Vitor.

Segundo o IESS, até fevereiro de 2021, a variação de custos estava negativa em 1,7%, refletindo a opção dos beneficiários em adiarem procedimentos e consultas devido à pandemia. Já a ANS informou que o percentual máximo de reajuste se baseia principalmente na variação das despesas assistenciais nos dois anos anteriores à divulgação do índice. Os dados são enviados à ANS pelas próprias operadoras.

Em 2021 o reajuste de planos de saúde em contratos de até 29 beneficiários foi, em média, de 10%. Para Vitor Asseituno, “caso se confirme a alta acima dos 15% em 2022 ter um plano de saúde pode não estar ao alcance de muitos usuários”. Mas existem algumas exceções no mercado. Em 2021 o reajuste da Sami, por exemplo, ficou 37% abaixo da média nacional, o que se mantém para 2022:

“Neste ano, graças ao nosso modelo diferenciado, mais uma vez nosso reajuste será um dos menores do setor, e não será um impeditivo para que as pessoas tenham plano de saúde, porque nosso objetivo é não ter uma alta que ultrapasse a inflação (IPCA) – bem diferente do que outros planos fazem hoje ao reajustar cinco vezes acima da inflação”, conclui Vitor.

Redação

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