O uso de dispositivos e outras tecnologias na saúde

Em todo mundo é crescente o uso de dispositivos e aplicativos de saúde pela população. Isso faz com que os dados estejam cada vez mais fora dos limites dos players tradicionais da cadeia.

“A oferta de serviços de saúde é muito aquém da demanda. É por isso que a curva de inflação médica cresce em todos os países”, afirma Guilherme Hummel, consultor da HIMSS@Hospitalar. “Consumerização e experiência do paciente” é uma das grandes temáticas do evento.

Esses dispositivos vieram ocupar um espaço ainda não preenchido pelos serviços de saúde. Guilherme explica que cada vez mais o usuário se vê compelido em verticalizar os cuidados de sua própria saúde, procurando em sites de busca e redes sociais, por exemplo, informações que o auxiliem.

A automedicação cresce pelo mesmo motivo. “Não fosse a automedicação, dificilmente o SUS conseguiria dar vazão, a pouca vazão, que ele dá. Não estou falando que ela é certa ou errada. Estou apenas observando a existência dela”, complementa Guilherme.

Outra observação feita pelo consultor é que quando um sistema de saúde melhora, a população tende a se tornar cada vez mais aderente a ele. Ou seja, não há previsão da demanda diminuir nos próximos anos. O que justifica que as tecnologias que puderem criar certo grau de independência do indivíduo absorverão esta procura.

As barreiras criadas pela segurança da informação não diminuirão a velocidade de avanço e evolução da saúde digital. “A visão de privacidade e da segurança vai sendo cada vez mais flexibilizada [pela população]. A LGPD é um marco importante, ela vai regular, mas em um efeito corporativo. Em um efeito pessoal, dificilmente alguém seguirá a risco aquilo.”, acredita Guilherme.

De forma parecida, a legislação a respeito da telessaúde, outra grande temática do HIMSS@Hospitalar, não é uma barreira para seu desenvolvimento. “É uma barreira unicamente para investidores.”, diz Guilherme. As principais organizações de saúde do Brasil já utilizam telemedicina, mesmo que de forma tímida. As formas de pagamento e de reembolso de serviços prestados a partir desta ferramenta sim, serão influenciadas e estão fadadas a transformação nos próximos anos.

A remotalização do serviço muda não apenas seu custo, mas sua conveniência. Existe todo um mercado preparado para ela. Em menos de 10 anos, a relação paciente – máquina será muito maior em volume que a paciente – médico, especialmente no cuidado primário, segundo Guilherme.

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Por Pamela Paschoa, farmacêutica pela Unicamp, atuou por 8 anos como farmacêutica clínica em instituições públicas e privadas. Foi tutora e preceptora de programas de residência multidisciplinar. Hoje atua na produção de conteúdo para portal Saúde Business e na curadoria dos eventos Hospitalar, Healthcare Innovation Show e Saúde Business Fórum

Fonte: Saúde Business by Informa Markets

Redação

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