Outubro Rosa: Mês de conscientização e prevenção traz discussões sobre novos tratamentos e formas de lidar com a doença

O mês de outubro ficou marcado pela conscientização do câncer de mama. A mobilização em torno da data, que, anualmente, ultrapassa a comunidade médica e atinge diferentes setores da sociedade, se justifica, já que este é o tipo mais comum entre mulheres (com exceção do câncer de pele). Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), foi estimado para o último triênio mais de 66 mil novos casos da doença por ano no Brasil. Neste Outubro Rosa, além do alerta sobre as práticas de prevenção, os médicos discutem novos tratamentos, cuidados e formas de lidar com a doença, aumentando a esperança de cura e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

A campanha de 2022 do Outubro Rosa ganha ainda mais importância por conta do período pós-pandemia. Segundo o médico oncologista Alexandre Boukai, da Oncoclínicas Rio de Janeiro, existem alguns fatores sociais e comportamentais que aumentam a incidência da doença, que é mais frequente após os 50 anos. Entre eles estão o tabagismo, o alcoolismo, a obesidade, a vida sedentária. Alguns destes, como o sedentarismo, foram evidenciados no período pandêmico, o que acendeu um alerta vermelho para a necessidade de conscientização em relação à adoção de hábitos de vida mais saudáveis.

“Sabemos que o câncer de mama é uma doença curável e o diagnóstico precoce é muito importante, aumentando as chances. A pandemia da Covid-19 trouxe mais desafios para o tratamento e rastreio do câncer, já que muitas mulheres tiveram que postergar seu exame de mamografia e consulta médica de rotina, o que pode ocasionar grande impacto, levando a um diagnóstico mais tardio e à redução das chances de cura. Os exames regulares de rastreamento são fundamentais”, defende Alexandre Boukai.

Os tratamentos variam de acordo com a fase da doença e o tipo de tumor. Entre os procedimentos, há cirurgia, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia. Segundo Boukai, os avanços mais significativos estão relacionados a novas formas de se tratar e ao surgimento de novas drogas.

“Muitos avanços têm ocorrido no que diz respeito às novas estratégias de tratamento, trazendo ainda mais possibilidades de cura e de melhora da qualidade de vida para as nossas pacientes. Dentre estes, podemos citar a Imunoterapia, recém incluída para tratamento do câncer de mama triplo negativo, um subtipo de câncer de mama que até pouco tempo atrás tinha apenas a quimioterapia como possibilidade terapêutica” explica.

No último Simpósio Internacional Oncoclínicas e Dana-Faber Cancer Institute, que aconteceu no fim de setembro, além das pesquisas sobre novos procedimentos, algumas discussões chamaram atenção para a necessidade de focar no bem-estar do paciente. A manutenção da qualidade de vida é ponto importante, muitos debates ocorreram neste sentindo, inclusive no que diz respeito à redução de restrições durante o tratamento, como as relacionadas à prática de exercícios e a exposição moderada ao sol.

Doença

O câncer de mama ocorre por conta da multiplicação desordenada de células, gerando células anormais e a formação de um tumor. Os principais sinais e sintomas da neoplasia são nódulos ou caroços na mama, vermelhidão da pele, retração ou saída de líquido espontâneo e anormal do mamilo. A doença pode atingir homens e mulheres, apesar da incidência em homens ser de apenas 1% do total de casos. Visitas regulares ao ginecologista e a realização de exames de rastreio são as principais armas contra a enfermidade, já que a detecção em estágio inicial aumenta as chances de cura. Conversar com o médico sobre a necessidade de realizar a mamografia é uma prática essencial.

Redação

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