Pandemia leva a adiamento de exames e diagnóstico de câncer pode passar a ser tardio

Pessoas com suspeitas de câncer estão cancelando procedimentos de consultas e diagnósticos com medo de serem infectadas pela Covid-19 nos serviços de saúde. No que se refere à queda no diagnóstico e início de tratamento nos dois últimos meses, dados da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), mostram que aproximadamente 50 mil brasileiros deixaram de ser diagnosticados com câncer desde o início da pandemia de Covid-19 por não ir ao atendimento especializado.

O IBCC Oncologia, localizado na Mooca, área leste da cidade de São Paulo, viu o número de atendimentos cair pela metade (50%). “As ocorrências de câncer não diagnosticados hoje, em razão do afastamento das pessoas dos serviços de saúde podem se transformar em diagnósticos tardios da doença e comprometer o prognóstico”, diz a Dra. Lilian Arruda, oncologista, pesquisadora e coordenadora do Centro de Pesquisa Clínica do IBCC Oncologia.

Segundo a médica, tendo em vista a pandemia de Covid-19, os perigos mais latentes em relação a adiar o tratamento são que “o câncer é uma doença que causa um grande impacto na vida do indivíduo. Quando diagnosticado tardiamente, podem ser necessárias abordagens mais agressivas no tratamento, redução do sucesso da terapêutica realizada e aumento das taxas de mortalidade”, afirma.

As chances de cura do paciente estão relacionadas ao tipo do tumor, ao tempo de início do tratamento e especialmente ao estágio em que o tumor foi diagnosticado. Quanto mais precocemente diagnosticado maiores são as chances de cura. Com base em dados do site americano Cancer.Net, ligado à Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO),  se o câncer é limitado à mama, a taxa de sobrevida de 5 anos é de 99% mas quando ele se dissemina para sítios distantes, a taxa de sobrevida de 5 anos passa para 27%.

IBCC Oncologia está seguro

Vale destacar que todas as unidades IBCC Oncologia adotaram conjuntos de medidas para garantir um fluxo oncológico protegido do atual cenário da pandemia de Covid-19, todas elas em concordância com as principais recomendações mundiais, assegurando assim a proteção dos profissionais e dos pacientes.

Todos os profissionais fazem uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) recomendados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e os pacientes são abordados já na recepção de cada uma das unidades do IBCC Oncologia para que possam ser avaliados sobre sintomas respiratórios.

Em caso de suspeita, o paciente é encaminhado ao Pronto Atendimento exclusivo para casos suspeitos de Covid-19 e, portanto, sem acesso aos demais pacientes do Pronto Atendimento principal do hospital. Essa triagem acontece para consultas, exames, sessões de quimioterapia e radioterapia e cirurgias.

Em todos os setores das unidades do IBCC Oncologia há medidas para limitar a quantidade de pessoas e permitir o controle do distanciamento entre elas, como as demarcações no ambiente. São ações adotadas tanto nas Recepções como também em salas de espera, refeitório, elevadores e outros ambientes do hospital.

Todos os pacientes internados passam por triagem para detecção de infecção pela Covid-19, sejam os pacientes clínicos ou aqueles que estejam em programação cirúrgica, mesmo sem sintomas da doença. É importante destacar que o IBCC Oncologia possui uma UTI isolada e específica para pacientes com Covid-19.

No contexto da atual pandemia de Covid-19, o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), bem como a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, recomendam que as pessoas não procurem os serviços de saúde para rastreamento de câncer sem sintomas neste período. Ou seja, se a pessoa tem uma consulta de rotina marcada por acompanhamento semestral ou anual, poderá esperar e postergar de dois a três meses essa consulta.

No caso de exames a orientação é a mesma, as pessoas que não apresentam sintomas e têm exames de rotina agendados, acompanhamento semestral ou anual com Papanicolau, mamografia, ultrassom e tomografia, devem remarcar os exames. Dessa maneira os especialistas pedem que sejam adiados consultas e exames para quando as restrições quanto ao isolamento social diminuírem.

Redação

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