Preço dos medicamentos tem alta de 5,96% em 2021, aponta índice

Os preços dos medicamentos vendidos aos hospitais no Brasil registraram alta de 5,96% no consolidado de 2021, segundo o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), indicador criado pela Fipe em parceria com a Bionexo – healthtech especialista em soluções digitais para gestão em saúde. O resultado ficou abaixo da inflação acumulada no período pelo IPCA/IBGE (+10,06%), do IGP-M/FGV (+17,78%) e da taxa média de câmbio (+9,83%).

O índice registrou oscilações ao longo do ano passado, demonstrando um crescimento no primeiro semestre, e uma sequência de seis quedas consecutivas entre junho e novembro, antes de voltar a crescer ligeiramente em dezembro, quando teve uma alta de +0,19%.

“A sequência de seis quedas mensais seguidas em 2021 coincidiu com os avanços na imunização dos brasileiros e o maior da pandemia no país, o que reforça a relação entre o controle da pandemia e o comportamento dos preços dos medicamentos”, avalia Rafael Barbosa, CEO da Bionexo. “Nesse sentido, o avanço nos preços do ano passado pode ser atribuído em partes aos aumentos registrados entre março e maio, período que combinou o agravamento do quadro da pandemia e os reajustes nos preços (CMED, em abril)”, conclui.

Considerando um horizonte mais amplo, o resultado do consolidado do IPM-H em 2021 foi menor do que o crescimento registrado no ano anterior (2020), de +14,36%. Nos anos anteriores, as altas foram de +3,97% (2019), +4,97% (2018), +3,94% (2017), +4,97% (2016) e +4,74% (2015).

Contribuíram para o resultado positivo do índice no ano passado os aumentos observados na maior parte dos grupos de medicamentos na cesta do índice: preparados hormonais (+27,54%), sangue e órgãos hematopoiéticos (+17,28%), imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+14,69%), órgãos sensitivos (+10,05%), aparelho respiratório (+6,62%), agentes antineoplásicos (+5,06%), aparelho digestivo e metabolismo (+4,27%), aparelho geniturinário (+3,53%) e sistema nervoso (+1,96%). Em contrapartida, apenas três dos grupos de medicamentos monitorados apresentaram queda nos preços aos hospitais em 2021: aparelho cardiovascular (-10,69%), anti-infecciosos (-2,85%) e sistema musculoesquelético (-1,21%).

Desde o início da pandemia da Covid-19, em março de 2020, por sua vez, o IPM-H apresenta uma alta acumulada de 18,84%, impulsionada pelas variações positivas registradas nos preços de quase todos os grupos, sendo mais expressivas em: aparelho digestivo e metabolismo (+56,02%%), sistema nervoso (+48,99%), preparados hormonais (+16,65%), aparelho cardiovascular (+37,20%), sangue e órgãos hematopoiéticos (+30,77%), imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+21,62%), sistema musculoesquelético (+19,90%), entre outros.

IPM-H

O Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H) é uma parceria entre a Fipe e a Bionexo, com o objetivo de disponibilizar informações inéditas e de interesse público relacionadas à área de saúde, com foco no comportamento de preços de medicamentos transacionados entre fornecedores e hospitais no mercado brasileiro. O IPM-H é elaborado com base nos dados de transações realizadas desde janeiro de 2015 através da plataforma healthtech, por onde são transacionados mais de R$ 12 bilhões de negócios por ano no mercado da saúde, o que representa cerca de 20% do que é transacionado no mercado privado nacional.

A empresa conecta mais de duas mil instituições de saúde a mais de 20 mil fornecedores de medicamentos e suprimentos hospitalares. A cada mês e para cada grupo de medicamentos, a FIPE calcula o índice de variação do seu preço em relação ao mês de referência, levando em consideração algumas variáveis que podem ser relevantes para determinar o preço das negociações, incluindo: (i) quantidade de produtos transacionada; (ii) distância geográfica entre hospitais e fornecedores.

Os medicamentos são agrupados em 13 grupos terapêuticos (classificação da ATC*) e ponderados de acordo com uma cesta de valor total transacionado na plataforma Bionexo no ano anterior. O IPM-H consolida o comportamento dos índices dos preços de cada grupo terapêutico, também ponderados pelo valor transacionado do grupo na plataforma.

Embora possam estar correlacionados, o comportamento do IPM-H não mensura o comportamento dos preços de medicamentos em farmácias, isto é, nos preços ao consumidor final (segmento varejo). Além disso, o IPM-H não é uma medida de variação dos custos dos hospitais e/ou planos de saúde, que envolvem também gastos com equipamentos, procedimentos, materiais recursos humanos, protocolos de tratamento/atendimento e segundo frequência de uso.

Redação

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