Primeiro transplante duplo de coração e rim de Santa Catarina é realizado com sucesso em Blumenau

No dia 15 de setembro, uma paciente de 35 anos do Hospital Santa Isabel (HSI), de Blumenau (SC), ganhou um duplo recomeço: ela recebeu um novo coração e um novo rim na mesma cirurgia. Esse foi o primeiro transplante duplo de coração e rim realizado na história do estado de Santa Catarina. O procedimento inédito foi possível graças à solidariedade de uma família, que pensou no próximo mesmo em um momento de grande dor, e possibilitou que três pessoas recebessem os órgãos. Além do duplo transplante, mais dois receptores receberam pâncreas, rim e fígado. Os três pacientes seguem internados no HSI, em recuperação.

O transplante cardíaco é raro, porque o coração tem sobrevida de apenas quatro horas fora do corpo, o que requer uma ação rápida das equipes de transporte e cirurgia. Na data da operação, a Central Estadual de Transplantes de Santa Catarina (SC Transplantes) mobilizou equipes do Hospital Santa Isabel, do SAMU e até do Corpo de Bombeiros. A Corporação disponibilizou aeronaves que transportaram, de Florianópolis para Blumenau, todo o material necessário para o procedimento e o teste de compatibilidade dos órgãos.

Este é o quinto transplante de coração realizado no Hospital Santa Isabel neste ano. O recorde de procedimentos do tipo na Instituição é de oito transplantes, realizados em 2016 e 2018.

Mais marcas expressivas

Do início do ano de 2019 até o momento, Santa Catarina tem alcançado muitas conquistas em relação aos transplantes de órgãos. No mês de julho, a SC Transplantes registrou recorde na doação de órgãos, com 34 notificações, além do melhor desempenho já registrado em um mês de fevereiro em 20 anos, com 24 doações. Esta semana, o Governo do Estado sancionou uma lei que faz de Blumenau a “Capital Catarinense de Transplantes de Órgãos”, medida que tem como objetivo reconhecer o volume e a qualidade dos procedimentos realizados no município.

Em 27 de setembro se celebra o Dia Nacional da Doação de Órgãos, e durante todo o mês, chamado de Setembro Verde, entidades de saúde buscam conscientizar a sociedade sobre a importância da doação e fazer com que o assunto seja debatido mais abertamente entre famílias e grupos de amigos. Neste ano, o percentual de famílias que não autorizam a doação em Santa Catarina caiu para 27,4%. A meta do Estado é chegar ao índice de 10% de rejeição.

Um dos principais motivos é a incompreensão da morte encefálica por parte da família. O papel dos profissionais do hospital, como o Santa Isabel, é acolher os familiares e fazê-los entender todo o processo de notificação em um período tão curto e de tanto sofrimento. O ideal é que, em vida, a pessoa já deixe família e amigos avisados de que é um doador, e pretende realizar esse ato nobre. A morte encefálica é o tipo de óbito que possibilita a doação de forma mais ampla, já que órgãos vitais como rins, coração, pulmão e intestino, e tecidos, como córneas, ossos, tendões e pele, permanecem aptos para serem transplantados para outra pessoa quando o cérebro do indivíduo deixa de funcionar.

Redação

Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.