Prótese resurfacing pode mudar a vida de jovens atletas com artrose de quadril

A prótese de recapeamento de quadril – conhecida também como resurfacing – é uma alternativa cirúrgica no tratamento da artrose do quadril que permite – comprovadamente – a retomada da prática esportiva em atividades que exigem alta intensidade e mobilidade. Muitos atletas amadores e profissionais estão expostos a lesões desde a adolescência, como a Síndrome do Impacto Femoroacetabular (IFA), uma das principais causas de artrose em jovens.

O impacto femoroacetabular é uma alteração óssea que pode causar lesão da cartilagem e do labrum (estrutura fibrocartilaginosa responsável por promover um melhor encaixe entre os ossos que compõem essa articulação – cabeça do fêmur e acetábulo) e considerada como um fator de risco para degeneração da cartilagem do quadril. O IFA, quando não diagnosticado e tratado precocemente, pode evoluir para quadros de artrose, com dor e limitação funcional, dificultando as atividades diárias e a prática esportiva.

Segundo o médico ortopedista e especialista em cirurgia do quadril, Dr. Thiago Fuchs, a artroplastia de quadril do tipo resurfacing é indicada principalmente em pacientes jovens com artrose de quadril, e que desejam manter a prática de atividade física intensa e que exigem mobilidade como, por exemplo, na prática de tênis, futebol, corrida, triatlhon, crossfit, entre outros.

“A vantagem do resurfacing é a estabilidade da prótese, que devido à preservação óssea permite um implante de maior tamanho na cabeça femoral”, explica o cirurgião de Curitiba.

Estudo comprova durabilidade do resurfacing

Este tipo específico de prótese teve um grande estudo divulgado pela revista Hip International da Sociedade Europeia de Quadril neste ano. Os pesquisadores avaliaram mais de 11,3 mil pacientes com menos de 50 anos em 13 países e que foram submetidos a próteses do tipo resurfacing.

O objetivo do estudo foi avaliar em longo prazo a durabilidade e a taxa de complicações em pacientes abaixo de 50 anos. O estudo apontou que o implante apresenta uma durabilidade média geral de 95% em 10 anos e 90% em 22 anos. Quando separado por gênero, o estudo mostra maior taxa de sobrevida em homens com 99% de durabilidade da prótese em 10 anos e 92% em 21 anos. Nas mulheres, o implante apresentou durabilidade de 90% após 10 anos e 81% em 22 anos.

“A taxa de complicação após 20 anos do implante é de 3,6%, o que é um índice muito aceitável e próximo dos implantes convencionais de quadril”, explica Dr. Thiago Fuchs.

Exemplo internacional

O tenista britânico Andy Murray, um dos melhores atletas do esporte segundo a Associação de Tenistas Profissionais (ATP), anunciou sua aposentadoria no início do ano passado devido às constantes dores no quadril causadas por uma lesão grave. Após ser submetido a uma artroplastia total de recapeamento (resurfacing) o atleta retornou ao esporte e se sagrou campeão do torneio da Bélgica nove meses após o procedimento.

Toda a trajetória do atleta, desde o anúncio da aposentadoria até o seu retorno, foi registrada no documentário “Andy Murray: Resurfacing” disponível na Amazon Prime Video.

Redação

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