Puberdade precoce: diagnóstico e conduta

A puberdade é um processo fisiológico caracterizado pela fase de transição da infância para a vida adulta, na qual tem início o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e a maturação sexual, cujo objetivo final é gerar a capacidade reprodutiva.

Segundo Louise Cominato, presidente do Departamento de Endocrinologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), o início do desenvolvimento puberal é determinado por diversos fatores, dentre eles: genéticos, nutricionais, ambientais, étnicos e socioeconômicos. “Dentre os fatores ambientais, surge a importância da epigenética e dos chamados interferentes endócrinos, que são substâncias químicas capazes de interferir na ação hormonal”, explica a médica.

Ela revela que a puberdade precoce é definida como o início do desenvolvimento de caracteres secundários – telarca (o período que marca o início do desenvolvimento das mamas femininas), pubarca (fase de surgimento dos primeiros pelos púbicos), aumento peniano e testicular – antes do limite inferior de idade considerado para cada gênero, ou seja, antes dos oito anos de idade para as meninas e nove anos para os meninos. “Quando os sinais puberais ocorrem antes dessa faixa etária é considerado puberdade precoce”, afirma a endocrinopediatra. Os principais sinais são: desenvolvimento de características sexuais secundárias, estirão de crescimento e mudanças na composição corporal.

“O primeiro sinal de início da puberdade é, tipicamente, a telarca nas meninas e o aumento testicular nos meninos”, diz Louise, ressaltando que o tratamento de escolha da puberdade precoce são os análogos da GnRH. “Esse grupo de drogas inibe a atividade do GnRH endógeno, bloqueando o eixo puberal.” Ela destaca que as razões para o tratamento incluem a preservação do potencial de altura do adulto e dificuldades psicossociais com a puberdade precoce e a menarca (primeiro ciclo menstrual). “Cabe à equipe médica, em conjunto com a família, estabelecer a melhor abordagem de tratamento, dependendo da etiologia e evolução de cada caso”, conclui a especialista.

Redação

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