Radiofrequência ou crioablação: qual técnica usar em casos de arritmia cardíaca?

A fibrilação atrial é a mais prevalente das arritmias cardíacas e afeta aproximadamente 2% da população. Mais comum com o avanço da idade, atinge até 10% das pessoas com mais de 80 anos. Fatores como hipertensão , sedentarismo, diabetes, obesidade, tabagismo, apneia do sono e predisposição familiar podem contribuir para o  aparecimento do problema. Além da terapia medicamentosa, o descompasso do ritmo cardíaco pode ser corrigido por meio de procedimentos invasivos: ablação por radiofrequência, método mais comum no Brasil, e, mais recentemente, a crioablação, na qual temperaturas inferiores a -50º C são utilizadas no isolamento das veias pulmonares, principal foco responsável pelo início da arritmia, técnica utilizada com sucesso no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP-RJ). “A crioablação representa o uso de tecnologia de ponta para o tratamento da fibrilação atrial. Trata-se do procedimento atualmente utilizado para a primeira abordagem desta arritmia em países da Europa e também nos Estados Unidos, e agora está disponível para os pacientes do HSVP”, comemora o cardiologista Rodrigo Sá, coordenador da equipe de Arritmia Cardíaca e que realiza a crioablação no hospital.

A técnica da ablação a frio permite a redução do tempo de cirurgia à metade, em comparação à ablação por radiofrequência. “Além da rapidez, a crioablação requer a utilização de um número menor de cateteres, o que contribui para a melhor recuperação do paciente”, afirma o cardiologista Lucas Rangel Azevedo, que participou do primeiro procedimento no Hospital São Vicente de Paulo. Ele explica que a crioablação não é considerada um método superior em qualidade à ablação por radiofrequência: “é muito importante contarmos com mais essa tecnologia de ponta para os nossos pacientes, mas a escolha da técnica a ser adotada deve partir do médico, com base na análise da situação de cada paciente”.

Para Maurício Coutinho, o primeiro paciente a ser submetido à crioablação no HSVP, a opção do médico pelo procedimento trouxe um sentimento de esperança. “Eu tive diagnosticada a fibrilação atrial paroxística em setembro de 2011, quando comecei o tratamento com o antiarrítmico. As crises de arritmia aconteciam sempre com intervalo de quatro anos: tive a segunda em 2015 e mais uma em 2019. Mas esse intervalo de tempo diminuiu e, um ano depois, tive uma nova crise, seguida por outra em 2021. A cada nova manifestação, era preciso ir ao hospital, passar por internação e isso era muito desgastante. Foi quando o Dr. Lucas conversou comigo e disse que o mais indicado para o meu caso seria a crioablação”, relembra.

Maurício se informou a respeito do procedimento e ficou satisfeito com a escolha do especialista. “Pesquisei casos de outras pessoas que tinham passado por essa cirurgia e vi que os riscos eram mínimos. Me senti confiante de que estaria livre da arritmia logo após a cirurgia. Passei pelo procedimento no dia 7 de março e no dia seguinte já estava liberado para voltar para casa, com vida normal. Não tenho restrições alimentares e nem de exercícios”, conta Maurício.

Redação

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