Variante indiana: “Enquanto há transmissão, há maior taxa de replicação e mutação”, diz infectologista

Foi anunciada hoje pelo Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, a detecção da variante indiana do Coronavírus, chamada de B.1.617, em um passageiro de 32 anos que desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos no dia 22 de maio.

A Dra. Nancy Bellei, professora e médica infectologista da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), comenta:

“A entrada de novas variantes além de fronteiras onde são inicialmente detectadas é um fato recorrente e esperado devido à dinâmica dos vírus respiratórios, particularmente considerando a possibilidade de infecções subsintomáticas e assintomáticas.

As variantes de atenção recentemente detectadas partilham de maior transmissibilidade, algo também esperado considerando a evolução viral e as pressões imunes dos hospedeiros na população.

Até o momento, mecanismos de proteção orientados são os mesmos para as novas cepas, incluindo máscaras habitualmente recomendadas.

As novas variantes estão sendo rapidamente estudadas com relação às vacinas globalmente disponíveis. Diante da semelhança das novas cepas com as anteriores, provavelmente as vacinas disponíveis terão alguma eficácia.

É importante, sem dúvida, diminuir a transmissão social – a fim de evitar o gatilho para as novas variantes. Enquanto há transmissão intensa, há maior taxa de replicação e mutação.

Até o momento, não há evidência de que a patogenicidade e a letalidade das novas variantes sejam maiores do que as observadas para anteriores. No entanto, há que se entender que quanto maior o número de doentes, maior será o número de hospitalizados e, desse modo, maior será a dificuldade de atenção individual a pacientes Covid e não Covid. Esse cenário representaria um impacto catastrófico nos serviços de assistência e na saúde das populações.”

Redação

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