A Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, acaba de lançar o Guia de Atenção à Saúde da População Negra, material inédito na saúde suplementar do país para ampliar e qualificar o cuidado médico dessa parcela da população. O objetivo é contribuir para romper as barreiras de acesso aos serviços de saúde e, ao mesmo tempo, abordar as especificidades clínicas e sociais, no cuidado da população preta e parda. De modo geral, segundo a ONU, esse grupo tem maior incidência de problemas de saúde evitáveis, como resultado de dificuldades econômicas, sociais e ambientais.
“O Guia foi criado com a sensibilidade e a qualificação necessárias no desenvolvimento de abordagens para promover a equidade na saúde e combater as desigualdades raciais existentes nesse campo. Se a Dasa tem o propósito de ser a saúde que as pessoas desejam e que o mundo precisa, são necessárias ações e protocolos que promovam, além de pertencimento, o cuidado adequado a todos”, diz Fabio Rosé, diretor-geral de Pessoas e Cultura na Dasa.
O manual aborda o contexto histórico da população negra, trazendo conceitos como racismo estrutural, além do impacto que ele teve na saúde dos brasileiros. O texto trata ainda de temas específicos, como saúde mental, doenças cardiovasculares, saúde da mulher e os agravos médicos mais comuns nessa parcela da população, como obesidade e doenças renais.
“Criamos um material técnico para auxiliar as equipes médicas, de enfermagem e multiprofissionais que atuam na nossa rede. Nos baseamos em três pilares: ampliação do acesso à saúde, com maior engajamento e acolhimento para adesão terapêutica, redução de gap de rastreio e melhora de desfecho”, explica Gustavo Pinto, Diretor Médico de Saúde e Plataforma Digital da Dasa.
Processo
De acordo com Gustavo não havia uma literatura específica para a população negra na saúde suplementar, embora exista a Política Pública de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), criada em 2006 pelo SUS. “Apesar de termos 50% da população do país negra, as especificidades não são abordadas na literatura médica clássica, que é basicamente europeia. Temos menos pesquisas, menos dados e valores de referência em medicina para negros. Por tudo isso, em janeiro deste ano, começamos a elaborar o guia”, diz.
O material teve como base a PNSIPN, mas com as particularidades da rede de saúde suplementar e experiências da Dasa, explica Lucas Morais da Silva, gerente de Diversidade e Inclusão da Dasa. “O texto foi revisado e recebeu insights do Grupo de Afinidades Vozes Negras, formado por colaboradores negros da rede de saúde. Antes do lançamento, nosso time também sensibilizou as equipes dos hospitais, ambulatórios de medicina diagnóstica, clínicas e do Nav, a plataforma digital da Dasa, sobre o tema”, conta Lucas.
O Guia de Atenção à Saúde da População Negra está disponível a todos os profissionais da rede integrada na plataforma Dasa Educa, juntamente a um treinamento de vídeo, gravado pelo médico de família da Dasa João Felix Leandro de Souza Araújo, autor do guia.
“Ao entender e abordar as particularidades de saúde que podem afetar populações diversas, estamos promovendo a igualdade no acesso aos cuidados médicos. Isso visa garantir a prestação de um serviço de alta qualidade para todos, sem exceção”, explica João Felix.