Artigo – 5 pontos que precisarão ser observados na gestão de hospitais nos próximos meses

Com a evolução da flexibilização em várias cidades do Brasil, os hospitais e empresas mais do que nunca estão precisando se adaptar. São colaboradores que estavam em home office e agora retornam, orientação sobre cuidados para aqueles que precisam trabalhar em linhas de produção ou fábricas, para os que pertencem a grupos de risco, para os que continuarão trabalhando remotamente, monitoramento dos que apresentam sintomas suspeitos e que precisam de supervisão médica, etc.

Esse novo cenário exigirá dos grupos de gestão um forte poder de adaptação. Não apenas frente a seus clientes e fornecedores, mas, também, no tocante aos colaboradores. Listei abaixo 5 chaves que precisam ser viradas pelos gestores das companhias para que consigam emergir de forma sustentável nessa realidade ímpar que o mundo enfrenta.

Produtividade: a busca pela maior produtividade deve levar em conta o colaborador de forma individual, pois pudemos perceber que alguns produziram até melhor no home-office e outros que não renderam tanto quanto era esperado. O principal neste item é entender que a maneira como medimos e cobramos produtividade mudou e deve considerar o efeito que o distanciamento causa em cada um. Além das questões socioambientais que permeiam a vida de cada colaborador.

– Conhecer o colaborador: não adianta mais saber apenas onde o seu colaborar mora, por exemplo. É preciso saber como ele mora, como é a relação dele com os familiares, se há alguém doente na família, como está a questão financeira da família, qual o nível de estresse a que ele é submetido. Isso porque, durante o período de isolamento social, muitas pessoas sucumbiram à pressão da vida em família, do próprio afastamento, da insegurança, do medo de adoecer… Com isso, aumentou e muito o índice de colaboradores com doenças mentais e emocionais. Nunca se falou tanto em depressão, ansiedade, obesidade… Portanto, é hora de as empresas mapearem sua população interna, estarem mais próximas de seus colaboradores e oferecer um serviço de apoio de saúde que inclua suporte emocional, mental e financeiro.

– Parceiros: Aqui há dois pontos importantes que quero dividir com vocês. Negociar com seus fornecedores é lei, já é de praxe. Porém, você precisa se preparar para enfrentar, sobretudo na área de saúde, com a seguradora ou operadora dos planos de saúde de seus colaboradores uma demanda que ficou reprimida – tanto por aqueles que deixaram de fazer suas consultas e exames de rotina quanto por aqueles que já têm uma doença crônica e tiveram seus casos agravados por não se cuidarem durante o isolamento social. Ou seja, haverá um aumento no sinistro, mas você pode minimizar o impacto com algumas ações (próximo item) e com a famosa negociação. Gestores inteligentes encontrarão saídas inteligentes, eu acredito nisso. E essas medidas inteligentes com certeza não passarão pelo corte no benefício. Hoje em dia há muito a ser feito nesse universo

E aqui chegamos ao segundo ponto que eu mencionei acima: existem consultorias que podem ajudar as empresas a redesenharem seu benefício saúde de forma a enfrentar essa fase difícil – e sem prejuízo para o colaborador. Nos últimos meses presenciei um aumento no volume de requisição por parte das empresas, sobretudo nos serviços que otimizam a gestão sobre o presenteísmo, estruturação de protocolos para os RHs, comunicação, serviços de telelaboral e telemedicina. Buscar auxílio de um novo parceiro ou ampliar a atuação dos existentes é uma forma de ganha-ganha nesse novo normal.

–  Investimento em ações de qualidade de vida: mais do que nunca a máxima de que prevenir é o melhor remédio está valendo. As empresas devem se antecipar, antes mesmo de receber os colaboradores de volta, precisam se preparar para recebe-los. E não estou falando apenas do álcool em gel, das máscaras e do novo layout das mesas. Estou me referindo a desenvolver ações que lembrem a esse colaborador como e por que ele deve cuidar da sua saúde, inserir programas de alimentação saudável, incentivar a prática de atividades, combater o fumo (muitas pessoas voltaram a fumar devido ao estresse), aumentar a ingestão de água, entre outros. Isso não é uma despesa, é realmente um investimento. Colaboradores mais saudáveis formam empresas mais saudáveis também.

Segurança: por fim, quero falar dessa que talvez seja a principal chave nesse momento. Os colaboradores estão inseguros quanto ao seu futuro nas corporações. É hora de tranquilizar seu time, ser transparente e rápido caso haja necessidade de alterações, não permitir que os boatos se instalem. Mostre ao seu colaborador que ele é fundamental e que você conta com ele nessa retomada.

Espero ter ajudado você, gestor, a virar pelo menos uma dessas chaves!

Leandro Almeida é fundador e diretor sócio da DynamicCare Benefícios. Formado em comunicação e marketing, Pós-graduado em Seguros e Resseguros, especialista em vendas consultivas e legislação de saúde, o executivo atua no mercado de saúde suplementar há 20 anos

Redação

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