Conheça Carolina Pampolha: médica que lidera uma das maiores equipes de telemedicina do país

Carolina Pampolha é Head de Operações da Docway, empresa brasileira especialista em soluções de saúde digital para empresas e operadoras de saúde, desde 2015. Formada em Medicina pela Universidade de Santo Amaro e residente em Medicina Preventiva com frente em Gestão Hospital e Sistemas de Saúde pelo Hospital de Clínicas da USP, Pampolha escolheu a área da gestão com o objetivo de transformar o sistema de saúde como um todo.

Aos 26 anos e já formada, Pampolha decidiu trabalhar na assistência médica antes de buscar uma especialização, a fim de ter experiência em todas as áreas da medicina. Foram 2 anos atuando concomitantemente em Postos de Saúde da cidade de São Paulo, Hospitais Públicos e Clínicas de Longa Permanência. Durante o período, a médica começou a notar as inúmeras oportunidades de melhorias que todos os ambientes recebiam, mas que não eram aproveitadas.

“Tinha um abismo muito grande de ideias entre a assistência, que é o profissional de saúde que está lidando diretamente com o paciente, e a gestão”, aponta. Geralmente, nesses lugares, existe um executivo formando em administração liderando um grupo de médicos. Para Pampolha, a falta de um gestor com vivência médica era o que limitava o crescimento do sistema de saúde. “Quando você trabalha na assistência, atendendo um paciente, você faz diferença na vida daquela pessoa. Já na gestão hospitalar você pode fazer a diferença na vida de um número maior de pessoas, desde todo o corpo clínico até milhares de pacientes. Essa oportunidade fez meus olhos brilharem”, conta.

Foi então que decidiu prestar residência para Medicina Preventiva com frente em Gestão Hospitalar e Sistemas de Saúde, passando em duas grandes instituições, mas optando por se especializar no Hospital de Clínicas da USP. “No HC eu tive a oportunidade de conhecer melhor tanto o sistema público quanto o sistema privado de saúde, além de ter cursado um MBA em Gestão na FGV como formação complementar”, explica. Em 2017, Carolina recebeu a ligação de Fabio Tiepelo, fundador e CEO da Docway. “Apesar de já estar atuando com gestão, eu queria ainda mais liberdade para implantar minhas ideias e causar grandes impactos no sistema de saúde. O Fábio, com seu convite, me ofereceu tudo isso”, diz a médica.

Os desafios impostos pela pandemia fizeram com que a saúde digital desse um salto de relevância na vida da população. A Docway, que já trabalhava com telemedicina desde o final de 2019, cresceu 600% em 2020. Carolina passou a liderar uma gigante operação médica que já realizou cerca de 2.5 milhões de atendimentos. Todos através de uma tecnologia própria desenvolvida pela empresa e com uma líder feminina que já realizou o treinamento de protocolos e conduta para mais de 4 mil médicos. “Até hoje eu sinto que tenho muita liberdade para propor mudanças e melhorias no sistema de saúde digital. E isso é o que mais me motiva a continuar fazendo a diferença na vida de todos os brasileiros”, complementa.

Nem tudo são flores

Carolina conta que durante toda sua trajetória profissional sempre reparou que os mais altos cargos de gestão eram geralmente ocupados por homens. “Antes de me decidir por essa especialização, eu tive muitas dúvidas. Todos os colegas médicos do meu círculo social diziam que era loucura cursar medicina para não clinicar e ser praticamente uma administradora. Mas, por acaso, conheci uma mulher de sucesso na área, super realizada, e fiquei encantada, querendo me aproximar e saber mais. Definitivamente, representatividade é essencial”, afirma.

Agora, no mais alto cargo de gestão de uma robusta operação, a Head de Operações conta que já viveu momentos em que sentiu o peso de ser mulher. Em reuniões externas já sofreu “bropriating”, que é quando o homem se apropria da mesma ideia já expressada ou realizada anteriormente por uma mulher, levando os créditos por ela. “Participo de muitas reuniões externas para a empresa e me deparo com todo tipo de decisor. Já tive momentos em que falo algo e não sou ouvida, mas quando um homem repete a mesma ideia, ganha atenção e concordância da sala”, conta. Mas isso não a abala. “Sigo firme no meu propósito de ajudar as pessoas por meio de uma gestão médica mais humanizada, centrada no paciente e facilitadora da performance médica”, finaliza Carolina Pampolha.

Redação

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