IBCC vai dobrar número de leitos na Unidade de Transplante de Medula Óssea

O IBCC – Instituto Brasileiro de Controle do Câncer, de São Paulo (SP), vai se tornar o maior serviço para realização de Transplantes de Células-Tronco Hematopoiéticas (TCTH), popularmente conhecido como Transplante de Medula Óssea, com a duplicação do número de leitos para onco-hematologia.

Com capacidade total para 50 leitos, a unidade é habilitada para realizar todo o tipo de transplante: autólogo (também conhecido como autotransplante, quando as células progenitoras provêm do próprio paciente); alogênico (quando elas vêm de doadores aparentados e não-aparentados) e singênico (de gêmeos idênticos – univitelinos).

Inicialmente a expansão contempla 32 leitos ativos, sendo os outros 18 disponibilizados até o final do ano. A unidade possui isolamento total dos demais setores do IBCC. O Pronto Atendimento, o Hospital-Dia e a internação são livres de contatos com outras especialidades, reduzindo o risco de infecções. Vale lembrar que o ar-condicionado com filtro total e pressão positiva impede a entrada de fungos e bactérias. Somente em 2017, o IBCC realizou 83 transplantes.

“Eu fiz com sucesso o meu tratamento de Leucemia Mieloide Aguda no IBCC. Desde 2013 acompanhei todas as transformações desse hospital”, afirma Rodrigo Cristiano Machado, paciente e campeão olímpico dos Jogos Mundiais dos Transplantados de 2017.

Estrutura

Os quartos são autorreversíveis em UTI e evitam a transferência do paciente para uma UTI geral e sua exposição a outras pessoas. O papel de parede é vinílico e lavável para facilitar a higienização. Todo o projeto foi elaborado em conjunto com o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, manutenção, hotelaria e arquitetura, pensando no bem-estar do paciente. “São quartos alegres, funcionais, com tecnologia e o que há de mais moderno em design”, expõe Stela Bridi, diretora de serviços de Apoio.

Pensando na segurança do paciente, o chuveiro e a ducha higiênica foram desenvolvidos especialmente para o IBCC com material liso de fácil higienização, que impede o acúmulo de sujeiras, reduzindo o risco de infecções. Os lavatórios são de material corian termomoldável não poroso, impedindo a formação de cantos para não acumular sujidades. A iluminação de LED em todo o setor proporciona mais aconchego, além de ser sustentável e gerar economia em energia elétrica.

Avanços na especialidade

Os avanços mais importantes vêm sendo relacionados ao suporte às infecções e esquemas quimioterápicos ajustados à idade e às condições clínicas dos pacientes. O grande obstáculo para realização de TMO alogênico era que apenas 30% dos pacientes possuíam doadores compatíveis e podiam se beneficiar deste tratamento. Nos últimos anos, a maior contribuição para o aumento destes procedimentos foi o desenvolvimento da técnica do transplante aparentado com doador parcialmente compatível, o chamado transplante haploidêntico.

“O transplante é cada vez mais alternativa para o tratamento de várias doenças hematológicas, oncológicas e imunológicas. A escolha pelo tipo de transplante depende da doença a ser combatida, assim, há casos em que o TMO autólogo é adequado, mas há outras em que só há a opção de se utilizar a medula saudável de um doador, principalmente nos casos de leucemia”, explica o coordenador da Unidade de TCTH, Dr. Roberto Luiz da Silva.

Outros avanços vêm ocorrendo, tais como o controle da recidiva das doenças após o tratamento. Isto vem sendo realizado com a imunomodulação e o uso de novas drogas. “O transplante de medula óssea continua sendo tratamento de alta complexidade que impacta fortemente na qualidade de vida do paciente. A atuação da equipe médica e multidisciplinar trabalhando conjuntamente é fundamental para o restabelecimento físico e psicológico, favorecendo a recuperação da autoestima e a plena reintegração do paciente no âmbito social”, complementa a Dra. Maria Cristina Macedo, coordenadora técnica da TCTH.

Matéria originalmente publicada na Revista Hospitais Brasil edição 91, de maio/junho de 2018. Para vê-la no original, acesse: portalhospitaisbrasil.com.br/edicao-91-revista-hospitais-brasil

Redação

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