Inteligência artificial avança em hospitais brasileiros, mas ainda sofre com entraves

A otimização do atendimento em hospitais brasileiros já não passa somente pelo ajuste de recursos humanos, como recepcionistas, enfermeiros e médicos. A aplicação de Inteligência Artificial já impacta a área de saúde, principalmente, na assistência aos pacientes.

Criado recentemente pelo analista de sistemas brasileiro Jacson Fresatto, de Curitiba (PR), o robô Laura, utilizado na identificação de casos de infecção generalizada (sepse) e promover o rápido uso de antibióticos, já está instalado em seis hospitais do Paraná e de Minas Gerais. O projeto se comunica com enfermeiros e médicos através de terminais nos hospitais.

Apesar de avanços como este, a realização de consultas, diagnósticos e cirurgias a distância no Brasil, como a Telemedicina, ainda precisarão superar alguns entraves como a precariedade tecnológica, a baixa capacidade de investimentos e a insegurança médica

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (ANADEM), Raul Canal, os possíveis erros da atividade seriam motivados pela falta de tato do médico com o paciente, fundamental na relação de atendimento, e até na imprecisão da mensagem transmitida via tecnologia.

“Ainda não há certeza de que os teleatendimentos funcionem tão bem quanto os atendimentos presenciais. Isso pode desencadear uma série de erros de diagnósticos, tratamentos imprecisos e uma crise na saúde pública, que se instalariam como consequência. Portanto, é fundamental que os meios científicos atestem a medida antes”, alerta Canal.

Recentemente, o anúncio do serviço de consultas médicas online por parte da seguradora Amil, em parceria com o Hospital Albert Einstein, por meio de aplicativo, virou alvo do Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo).

A regulamentação da Telemedicina no país pelo Conselho Federal de Medicina ainda tem gerado muito debate. O tema do atendimento não presencial, feito por meio de uso da tecnologia, ainda está sob discussão, após a revogação da Resolução CFM nº 2.227/2018.

“Precisamos discutir com o meio político, acadêmico, jurídico e, principalmente, científico, antes de tomar atitude e abrir espaço para novas insatisfações médicas”, conclui Raul Canal.

Redação

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