O curso de medicina da FTC Salvador (BA) é o primeiro das regiões Norte e Nordeste a utilizar cadáveres sintéticos realísticos para aulas de anatomia e treinamento cirúrgico. A instituição acaba de adquirir dois modelos da empresa brasileira Csanmek, especializada em metodologias ativas para o ensino da medicina.
Os modelos, utilizados em cursos de medicina para treinamento de habilidades, são desenvolvidos com textura e densidade similar às estruturas anatômicas reais e contêm todos os sistemas e órgãos do corpo humano, permitindo a realização de cirurgias, dissecações, entubações e demais procedimentos médicos.
Os protótipos são capazes de ter reações físicas e até mesmo sangrar durante uma cirurgia, podendo também ser cortados e suturados. Também respiram e empregam centenas de músculos, ossos, órgãos, veias e artérias substituíveis – todos feitos a partir de materiais que imitam as propriedades mecânicas, térmicas e físico-químicas do tecido vivo.
Os modelos realísticos são considerados hoje o principal método alternativo ao uso de cadáveres em salas de aulas e seguem a tendência mundial de substituir corpos humanos e eliminar o sacrifício animal em faculdades.
Com cerca de mil alunos de medicina, a FTC Salvador também oferece laboratórios simulados e tecnologias em 3D para treinamento cirúrgico e aulas de anatomia.
A sala de aula é toda equipada com recursos digitais, audiovisuais e modelos tridimensionais. Possui, por exemplo, uma plataforma que converte exames clínicos em clones digitais, lousas touch screen, impressoras 3D para órgãos e músculos e bancadas de cirurgia e dissecação virtuais.
Também desenvolvida pela Csanmek, a nova estrutura de ensino reproduz de forma realística um ambiente hospitalar, com centros de cirurgia, salas de exames clínicos, laboratórios e outras funcionalidades.
O simulador de anatomia funciona como uma mesa que exibe modelos tridimensionais altamente detalhados e anatomicamente corretos de todos os sistemas do corpo humano para treinamento de cirurgias e dissecações virtuais.
A plataforma possui um sistema de integração entre hospitais e salas de aula e oferece aos alunos a possibilidade de estudar casos clínicos e exames reais de pacientes. Também utiliza algumas linhas de atlas anatômicos e fisiológicos, com mais de 5 mil estruturas anatômicas identificas, incluindo todos os órgãos e sistemas do corpo masculino e feminino, e pode ser usada em cursos de medicina, veterinária e demais áreas da saúde.
Segundo o fundador da Csanmek, Claudio Santana, o laboratório simulado de anatomia segue a tendência mundial de trocar corpos humanos e eliminar o sacrifício animal em cursos de formação médica. “Hoje, as instituições brasileiras estão mais atentas às novas tecnologias de ensino”, comenta Santana.